A noite desta quinta-feira será mais uma de boicote dos jogadores aos Playoffs da NBA. Os atletas seguirão se recusando a entrar em quadra como protesto contra a violência policial contra os negros nos Estados Unidos. A seguir, a liga deve voltar.
Sendo assim, as partidas desta quinta (27), entre Utah Jazz contra Denver Nuggets e Dallas Mavericks versus Los Angeles Clippers, não acontecerão, completando o boicote a todos os jogadores ainda envolvidos nos Playoffs.
A ideia da liga é retomar a competição na sexta (28), mas os jogadores ainda não se posicionaram sobre uma data de retorno. Apesar da indefinição, eles já decidiram que vão voltar a jogar o restante da temporada e espera-se que isso aconteça até o fim de semana.
As jogadoras da WNBA, a liga feminina de basquete, seguiram a decisão e também não haverá rodada nesta quinta-feira. As atletas declararam hoje como o Dia de Reflexão, um dia de mobilização.
The NBA issued the following statement pic.twitter.com/8xvdWFoq3C
— NBA (@NBA) August 27, 2020
“Isso é tão triste”
O técnico dos Clippers, time que jogaria hoje, mas aderiu ao boicote, foi um dos que mais mostrou indignação com o último episódio de violência contra negros nos Estados Unidos. Na noite de terça (26) ele deu uma entrevista marcante sobre o caso envolvendo Jacob Blake, que, desarmado, tomou sete tiros nas costas disparados pela polícia, em frente aos três filhos.
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“É tão duro apenas ficar assistindo a aquele vídeo. Não precisa ser negro para ficar indignado. Que pai branco tem de falar com seu filho para ter cuidado quando for parado pela polícia? É tão ridículo, e não tem mudança, não tem acusações. Breonna Taylor, sem acusações, nada! Tudo o que estamos pedindo é que se viva de acordo com uma constituição”, disse, dentre outras declarações.
#SayHerName#BlackLivesMatter#StrongerTogether pic.twitter.com/HAmQz2R7uZ
— WNBPA (@TheWNBPA) August 27, 2020
Boicote geral
A brutalidade policial contra Blake, que está internado em estado grave, gerou muita indignação na bolha da NBA, já envolvida na onda do Black Lives Matter. A revolta culminou na decisão de boicotar a rodada de quarta (25), tomada inicialmente pelos jogadores dos Bucks, de Milwaukee, cidade localizada no estado de Wisconsin, o mesmo onde o caso de Blake ocorreu.
No começo da noite, o time dos Bucks veio a público e leu um pronunciamento, deixando claro o motivo da atitude que iniciou o boicote. Segundo eles, “não era momento de se jogar basquete”.
Full statement from the Milwaukee Bucks: pic.twitter.com/jjGEyVcCmB
— Milwaukee Bucks (@Bucks) August 26, 2020
Os jogadores dos Bucks enfrentariam os do Orlando Magic pela quinta partida da primeira rodada dos Playoffs da NBA, na Conferência Leste. Com isso, o time se tornou a primeira equipe da história a boicotar uma partida de mata mata na liga de basquete americano.
Logo depois, os jogadores do Orlando aderiram ao protesto, que gerou também o cancelamento dos outros dois jogos da noite, entre Lakers x Portland e Houston x Oklahoma. O boicote ficou ainda maior, chegou a WNBA, MLB, MLS e até ao torneio de tênis de Cincinnati.
As atletas do Washington Mystics, da WNBA (Liga de basquete feminino dos Estados Unidos) chegaram para a partida da equipe, que também não aconteceu, com camisas brancas com sete furos nas costas, em alusão ao que aconteceu com Jacob Blake.
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Diversos outros atletas e personalidades do esporte, como comentaristas e ex-jogadores, se posicionaram apoiando o protesto dos Playoffs da NBA. Rejeitaram, inclusive, a marca de “adiamento” dos jogos, reforçando que trata-se de um boicote.