A bola laranja para as principais ligas de basquete do planeta vai subir nos próximos dias. Para assegurar as suas estrelas contra a pandemia do coronavírus nessa retomada, a NBA e a WNBA têm promovido uma experiência inédita de bolhas aos seus atletas, que estão confinados em hotéis e complexos esportivos localizados no estado da Flórida.
Três brasileiros estão concentrados nessas bolhas. Pela liga masculina da NBA, o ala Bruno Caboclo, do Houston Rockets e o armador Raulzinho, do Philadelphia 76ers estão hospedados nos hotéis de luxo dentro do parque da Disney, em Orlando. A ala Damiris, do Minnesota Lynx, da WNBA, está localizada na IMG Academy, na cidade de Bradenton.
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Treinos e testes de Covid-19 diários, acompanhamento psicológico e uma quantidade gigantesca de álcool gel acompanham o dia a dia desses atletas. Apesar de parecer algo negativo e até mesmo tedioso num primeiro momento, Damiris admite enxergar aspectos positivo nessa nova rotina.
Experiência nova
“É tudo muito novo para todo mundo. Antes, nós jogadoras só nos encontrávamos na hora do jogo. Agora, estamos juntas o tempo todo. Brincamos mais, nos reunimos para jogar videogame, assistir filme. Tenho tentado absorver tudo e aproveitar cada momento, porque sei que será histórico”, declarou em entrevista à “Agência Brasil”.
Focada para a disputa da WNBA, que começa no próximo dia 25 de julho, a atleta brasileira admite, porém, que, mesmo com toda a proteção concedida pela liga, o temor pela infecção pelo coronavírus é uma preocupação que acompanha as atletas.
“Cada dia que ligamos a televisão é uma notícia nova, dizendo que as coisas estão piorando. Estamos otimistas, mas é complicado. Minha família ficou no Brasil, mas algumas meninas aqui vieram com os filhos, ou a mãe, ou o marido. Sei que o mundo está uma bagunça, mas estar aqui, mesmo sabendo que meus familiares estão longe, mas bem, é até melhor do que ficar em casa”, declarou.
Sem deslize!
A preocupação por parte dos atletas tem justificativa. Além do fato dos Estados Unidos ser um país em que a doença ainda não estar controlada, o estado da Flórida, escolhido para sediar as bolhas, é o terceiro dos 50 estados norte-americanos que mais apresentou casos para a doença.
Com isso, a NBA e WNBA já deixaram claro que não irão tolerar qualquer tipo de deslize por parte dos atletas nesse período. Uma prova desse rigor foi sentida na pele pelo brasileiro Bruno Cabloco, que foi o primeiro jogador a descumprir as normas de quarentena da liga ao sair de seu quarto antes de completar as 48 horas de quarentena que precisava cumprir ao chegar no complexo. A punição foram mais oito dias isolados no cômodo.
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Rotina pesada
Sem poder contar com a presença dos familiares, apesar de contar com uma enorme gama de atividades extras como cinema exclusivo, shows de Djs, passeios pelos lagos do complexo e partidas de tênis de mesa, o foco dos atletas da NBA inegavelmente está direcionado ao basquete.
Com a retomada da temporada previsto para o dia 30 desse mês, as equipes da NBA tem mantido uma rotina pesada de treinos e realizado amistosos visando uma melhor preparação para a competição. E o foco maior dentro da bolha tem sido sentido dentro de quadra.
“Todo mundo está focado, não tem distração, não tem família, não tem amigos. Os treinos estão sendo muito bons”, avaliou Raulzinho.