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Basquete

Após temporada consistente na Austrália, Didi acena para a NBA

Didi Louzada mantém na Austrália performace similar à que o levou a ser draftado e diz que quer voltar aos Pelicans

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Didi Louzada tem 20 anos e se destacou no Franca (facebook/Sydney Kings)

Foi mais um ano com bons números de Didi Louzada no basquete, desta vez pela NBL defendendo o Sydney Kings. Após o fim da temporada, o jovem armador brasileiro ficou sem contrato e agora acena para voltar à NBA, mas especificamente ao New Orleans Pelicans. Em conversa com o Olimpíada Todo Dia, ele falou também que a Olimpíada de Tóquio em 2021 é parte dos planos na sequência da carreira.

“Precisamos esperar para ver como as coisas vão ficar depois da pandemia. É algo que não conversei ainda com os meus empresários mas, é claro, que gostaria muito de estar junto com o Pelicans e jogar na NBA”, afirmou.

Didi Louzada já sentiu o gostinho da maior liga de basquete do mundo. Foi draftado pelo Atlanta Hawks no ano passado e enviado para o time de New Orleans logo a seguir. Antes de ir para a Austrália, disputou a Summer League da NBA pelos Pelicans, que têm preferência de contratação.

Disputado a NBL, pode-se dizer que o brasileiro de apenas 20 anos conseguiu pavimentar mais um pouquinho o caminho de volta os Estados Unidos. Na temporada passada, a primeira fora do Brasil, ele manteve em números o desempenho que tivera um ano antes, quando ainda defendia o Franca, que chamou a atenção dos times da NBA.

Didi Louzada jogou 20 das 28 partidas que o Sydney Kings disputou, permanecendo em quadra cerca de 22 minutos em cada uma delas, pouco mais da metade dos 40 que tem uma partida de basquete na NBL. Foi o quinto que mais jogou dentre os companheiros de time. Anotou exatos 10,25 pontos por duelo, o quarto melhor, com índice de acerto em torno de 40%. Deu, ainda, 1,65 assistência e pegou 3,7 rebotes.

Na temporada anterior, pelo Franca, fez 33 partidas pelo NBB, campeonato que contou com cinco times a mais que a liga australiana. Ficou 19 minutos em quadra, em média, e marcou 9,7 pontos por jogo com aproveitamento de 47,6%. Deu uma assistência e pegou 2,8 rebotes em média. O desempenho valeu os prêmios de Destaque Jovem e Maior Evolução.

“Jogar na Austrália foi excelente para mim. Meu jogo cresceu, evoluiu muito, e ganhei experiência. Acho que subi um degrau de nível”, avalia Didi Louzada, antes de flertar com a liga dos EUA. “O jogo na Austrália é bem parecido com o da NBA, com muito contato, bem físico. A exigência é muito alta e isso faz com que o jogador fique mais forte, precise trabalhar cada vez mais para ser mais completo”.

Pandemia no meio do caminho

Didi e o Sydney Kings ficaram com o vice-campeonato da NBL, mas de uma forma não muito usual. Após ser o melhor da temporada regular, o time passou pela primeira rodada dos playoffs, a semifinal, e disputava a decisão contra o Perth Wildcats, o segundo melhor. Porém, a pandemia do novo coronavírus forçou o time a abandonar o restante da série e, como o rival vencia por 2 a 1, foi declarado campeão.

“Era necessário cancelar. E vemos hoje que foi a decisão mais acertada. Queríamos muito o título, mas não valia a pena arriscar. Pensamos primeiro na saúde de todos, nossas, das nossas famílias, amigos e fãs”, afirma o brasileiro sobre o desfecho do campeonato.

“Espero que as coisas voltem ao normal, seja lá como for esse normal agora, o mais rápido possível, mas em segurança. Que se encontre uma vacina para que a gente possa viver com tranquilidade. Pelo que tenho visto, não só o esporte, mas todos os segmentos estão entendendo os cenários e planejando uma retomada. Espero que as coisas melhorem, que essa situação de incertezas acabe o quanto antes.”

Sonho com a Olimpíada

Um dos pontos da retomada são os Jogos Olímpicos de Tóquio, também impactados pela pandemia com o inédito adiamento de 2020 para 2021. Nada que tire o interesse da cabeça de Didi Louzada.

“Acho que foi a melhor decisão, difícil pensar na realização da Olimpíada em meio a essa pandemia. O mais importante hoje é cuidar da saúde do mundo, isso é prioridade”, diz. “Espero estar com a seleção brasileira, vou estar um ano mais experiente e quero muito ajudar o Brasil a conquistar a vaga para Tóquio”.

A quarentena Didi Louzada está passando no Brasil, mais precisamente ao lado da família em Cachoeiro do Itapemirim, cidade onde nasceu, mais ou menos da mesma forma como têm relatado a maioria dos atletas de ponta. “Fazendo treinos individuais, tentando me manter ativo e com a cabeça boa”. Diz que até já conseguiu treinar um pouco em uma quadra, claro, com todas as restrições que as medidas de segurança exigem. Também aproveitando para ficar ao lado dos familiares. “Algo raro na minha vida”.

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Porém, há uma diferença em relação à quarentena dos outros atletas de ponta. A vantagem de poder acompanhar um pouco da história do maior jogador de basquete de todos os tempos, coisa que a juventude o impediu de fazer ao vivo. “Estou assistindo. Faltam os dois últimos episódios. Fiquei impressionado com a competitividade dele”, diz, a respeito do badalado documentário The Last Dance, que conta a história do lendário Chicago Bulls centrado no não menos lendário Michael Jordan.

“Michael falou muito sobre o quanto a equipe era importante, que não conseguiria as coisas sem os companheiros. É muito bacana, ele tinha todo o destaque, mas pensava no grupo como um todo. Era um líder. É uma série que inspira não só os amantes do basquete, mas a todos, por mostrar a superação e quem era Jordan a fundo. Todo mundo precisa assistir”, finaliza, de olho no basquete da NBA.

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Didi avaliou a liga da Austrália com características semelhantes à NBA (facebook/SydneyKings/arquivo)

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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