Se não for para sonhar, nem se atreva a arriscar. Caio Pacheco arriscou porque tem o sonho de jogar na NBA. Inscreveu-se no Draft 2020, mas tem consciência das suas chances. “Tenho expectativas no basquete, mas com os pés no chão.”
Com 21 anos, o armador que atua no Basket Bahia, da Argentina, é um dos brasileiros inscritos no recrutamento da principal liga de basquete do mundo, a NBA.
Nas principais projeções, ele não aparece entre os 60 melhores prospectos, mas e daí. Só de dar a cara a tapa, Caio Pacheco permite-se sonhar e, mais importante, entra no radar dos olheiros da NBA.
Sonho meu
Em live promovida pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB), o armador falou sobre o momento, sonhos e sua evolução dentro e fora do basquete.
“Tenho dois sonhos maiores. Primeiro jogar uma olimpíada pelo Brasil, e o outro é pisar em uma quadra da NBA. Pensar que isso pode se concretizar, me motiva. Mas estou com meus pés no chão. Só que involuntariamente a gente pensa nisso, seria algo mais que especial.”
A pandemia do novo coronavírus certamente não irá ajudar muito o armador. Os estrangeiros que se inscrevem no Draft da NBA, normalmente, participam de treinos nos Estados Unidos, algo impraticável neste momento.
“Não é uma situação fácil nessa pandemia, estou pensando positivo. Enquanto isso, estou tratando de fazer o melhor nas coisas que eu posso controlar.”
Não foi do nada
Com grandes número na temporada argentina, Caio Pacheco ganhou destaque e confiança. Em 21 jogos disputados pelo Bahía Basket na Liga Nacional, sendo cinco como titular, teve médias de 19,4 pontos, 6 assistências, 3,1 rebotes e 27,8 minutos por partida.
Sendo assim, a inscrição no Draft da NBA não foi do nada. “Não foi uma decisão de um dia para o outro. Fizemos várias reuniões entre a agência e minha família. Sentamos, conversamos e acreditamos que era o passe a ser dado.”
E outra, Caio Pacheco ainda pode tirar seu nome do recrutamento deste ano e se inscrever para o ano que vem. A regra do Draft da NBA para estrangeiros define que o limite para inscrição é o ano em que o atleta completa 22 anos.
“Posso deixar o nome ou posso tirá-lo do Draft da NBA deste ano, mas depende muito do desenrolar da pandemia nos próximos dias, principalmente a situação nos Estados Unidos”.
Crescimento na Argentina
Foram muitas as mudanças para Caio Pacheco ao trocar o Brasil pela Argentina. “Do interior para capital, uma cidade grande, com um campeonato grande. Tive que me virar como pessoa, não só como atleta.”
O brasileiro é natural de Rio Claro, interior de São Paulo, e atuava pelo Palmeiras juvenil antes de ir para o Bahia Basquete. “Na Argentina o ritmo de treino é outro, fora que eu treinava duas categorias todos os dias. E eu não era tão armador, jogava mais de dois no Brasil.”
Mas como a oportunidade apareceu na vida do armador? “Eu estava no primeiro ano do juvenil no Palmeiras. Um amigo estava no segundo ano e iria estoura. Então ele foi fazer um teste na Argentina. Os caras gostaram dele, e na época tínhamos o mesmo agente. Fui indicado e um olheiro assistiu um treino. O Bahia Basket precisava de um armador na liga de desenvolvimento. Mandei um vídeo, o presidente gostou, iniciamos as conversas em outubro e em janeiro eu estava lá.”
Caio Pacheco tem vontade de atuar no país natal, mas admite que essa vontade vai ficar para depois. “O torcedor brasileiro é muito legal. Eu não tive oportunidade de jogar o NBB, e não acredito que isto esteja tão próximo.”
Seleção brasileira
Caio Pacheco é bicampeão sul-americano juvenil defendendo o Brasil, mas ainda não teve a oportunidade de jogar no adulto. “Quando aparecer essa oportunidade, eu quero estar o mais preparado possível para conseguir agarrá-la.”
O tal do @CaioPacheco09 não é clutch de agora! O menino do Bahía Blanca, que colocou seu nome no Draft da @NBA, já aprontou das suas na Seleção Sub-21, sendo bicampeão Sul-Americano… pic.twitter.com/lQLc9Ps2uL
— Basquete Brasil – CBB (@basquetebrasil) April 27, 2020
E o técnico da seleção principal, o croata Aleksandar Petrović, está de olho na base e vem dando chances para os mais novos. Mesmo porque Petrovic está buscando uma renovação dentro da seleção.
‘Acho que é muito legal, há uma gestão nova na CBB e estão dando mais oportunidades para os mais novos. Didi e Yago estiveram no Mundial. Essa renovação é muito positiva, porque há uma troca entre gerações. Com chances, a gente pode mostrar que somos forte, engrandece o basquete e atraindo mais gente.”