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Basquete

Tainá relembra risco de corte ao protagonismo no ouro do Pan

Com uma lesão no tornozelo, Tainá Paixão revela ‘gosto especial’ pelo título após ter vivido ‘semana maluca’ com a incerteza se poderia ou não participar da competição

Tainá Paixão Cortada Protagonista Pan
Tainá foi a cestinha na final contra os Estados Unidos, com 24 pontos (Alexandre Loureiro/COB)

Fim de jogo e medalha de ouro para a seleção brasileira feminina de basquete nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. A armadora Tainá Paixão foi protagonista e cestinha na vitória diante dos Estados Unidos, por 79 a 73, com 24 pontos. Porém, antes da glória, a jogadora quase foi cortada da competição por causa de uma lesão no tornozelo direito.

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“Esse Pan teve uma história bem louca que poucas pessoas ficaram sabendo. Tivemos um jogo treino contra Colômbia mais ou menos uma semana antes de começar a competição. Nesse jogo eu torci o pé e, quando chegamos à Vila para conversar com o médico, mal conseguia colocar o pé no chão, com chance de ter fraturado algum osso”, revelou Tainá ao Olimpíada Todo Dia.

“Como ainda poderia ser feita a troca de atletas lesionadas, a comissão estudou em me cortar e levar outra no lugar. Depois eles resolveram que eu faria fisioterapia intensiva para tentar jogar. O nosso primeiro jogo, contra o Canadá, não joguei porque ainda estava tratando o pé, depois fui entrando gradativamente nos jogos até chegar à final”, completou a atleta.

Conquista com sabor especial

Tainá Paixão Cortada Protagonista Pan
Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 deu fim ao jejum de 28 anos (Alexandre Loureiro/COB)

Após passar pelo risco de ser cortada, a protagonista da final demonstrou alegria por ter contribuído com o título. “Aquele momento de estar lá e ter conseguido ajudar o Brasil a ser campeão foi muito mais especial pela semana maluca que tinha passado, com aquela sensação de talvez ser cortada, ou não ser cortada e mesmo assim não conseguir jogar”, contou a armadora .

Outra recordação marcante foi o apoio recebido durante o período de recuperação. “O que aconteceu deu um gosto ainda melhor e, toda vez que lembro do Pan, vem a lembrança de todas as meninas me dando força, dizendo que ia dar tudo certo e elas estavam certas”, complementou Tainá.

A medalha de ouro nos Jogos Pan-Americano de Lima deu fim ao jejum de 28 anos, quando Paula, Hortência e Janeth comandaram a seleção brasileira no título conquistado em Havana, Cuba, em 1991.

Fase de reconstrução com glórias e tristeza

Tainá Paixão Cortada Protagonista Pan
Tainá esteve no elenco que conquistou a medalha de bronze na AmeriCup 2019 (FIBA/Divulgação)

O título em Lima fez o basquete feminino voltar a ser protagonista. Mas em menos de um ano, a não classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio deixou uma frustração. Entre os dois eventos, o Brasil ainda ganhou o bronze na AmeriCup de 2019, disputada em Porto Rico. Além disso, o time fez boas atuações no Pré-Olímpico das Américas. Tainá fez uma avaliação positiva dessa etapa de ressurgimento que se iniciou com a chegada do técnico José Neto.

“Foi um período muito especial, apesar de não termos conseguido a vaga. Além da nossa maneira de jogar taticamente, mudamos muito nosso modo de pensar sobre nós mesmas e o basquete feminino brasileiro no cenário internacional. Passamos a acreditar muito mais e que podemos facilmente atravessar aquela linha imaginária que tínhamos sobre nossas capacidades, tanto físicas como emocionais”, afirmou a jogadora.

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A atleta admitiu que a entrada de José Neto como treinador foi um dos fatores que fizeram com que os resultados positivos voltassem. Ela cita também a importância do preparador físico Diego Falcão. “Sim, com toda certeza. A chegada dele com o Diego foi muito importante para que mudássemos essa ‘chavinha’ em nossas cabeças e começássemos a conquistar resultados expressivos nesses sete meses de trabalho”, concluiu Tainá.

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