Atuando há 16 anos no basquete internacional, Marcelinho Huertas sabe muito bem como é estar no alto nível do esporte. Aos 36 anos, o armador, que segue brilhando na Espanha, não esconde os segredos que o fez alcançar um altíssimo patamar na carreira.
“Para chegar no mais alto nível você tem que ter o dom do jogo. Mas apenas isso não basta. Tem que saber trabalhar duro para aproveitá-lo, tentar ao máximo fugir das lesões e problemas físicos e às vezes você vai precisar estar na hora certa e no lugar certo para que as coisas funcionem”, avaliou o atleta em entrevista à Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
Em quarentena, atletas da seleção sentem falta da quadra
No entanto, o jogador faz uma ressalva importante e destaca que a parte mais difícil para o sucesso está em se manter com o alto nível de jogo por bastante tempo.
“Você tem que estar disposto a aprender sempre, ter muita ética de trabalho, respeitar os seus companheiros e treinadores independe da situação. Muitas das vezes são essas coisas simples que fazem a diferença no final das contas. Temos que estar sempre atento a elas porque para conquistar uma boa reputação são anos e anos de trabalho, porém uma deslizada você coloca tudo a perder”, completou.
Realidades diferentes
Com uma experiência de uma década e meia atuando no basquete internacional, sobretudo na Espanha, Marcelinho Huertas já consegue identificar diferenças claras na maneira que um jogador do Velho Continente se comporta em comparação com a realidade brasileira. Principalmente se tratando dos jovens.
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“O jovem atleta na Europa, no geral, é mais pés no chão. No Brasil, um atleta promissor já cresce recebendo muito tapinha nas costas. Esse tipo coisa acaba trazendo problemas. Acho que os atletas precisam seguir demonstrando no dia a dia o respeito e sempre tentar evoluir cada vez mais”, opinou.
Aos 36 anos, Huertas garante que ainda não planeja um retorno ao Brasil e não esconde que pretende permanecer por mais um bom tempo na Espanha. Defendendo as cores do Ibostar Tenerife desde a metade 2019, o armador conquistou o título da Intercontinental Cup, no começo deste ano, sendo o MVP da decisão.
O bom momento, no entanto, acabou precisando sofrer uma pausa em decorrência da paralização dos campeonatos devido a pandemia do coronavírus. Mesmo assim, o atleta explicou que o clube tem enviado séries diárias de treinamento para que os atletas consigam manter o físico em dia durante a quarentena.
“A gente tem um planejamento de treino que a gente recebe diariamente do clube. A gente foi equipado com corda, alguns pesos, bicicleta ergométrica. Com isso recebemos as sessões diárias de treino com alongamento, treino de velocidade, força, cardio. A gente não sabe até quando vamos permanecer nessa situação. Não é o ideal, mas pelo menos é o básico para se manter em forma”, finalizou.