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Seleção Brasileira

De que vale o recorde brasileiro de pontos de Marcelinho Machado?

Os sites esportivos destacam neste início de tarde de domingo uma marca histórica alcançada pelo ala Marcelinho Machado, do Flamengo, que anotou incríveis 63 pontos na vitória do Flamengo sobre o São José, atual campeão paulista, por 101 a 89, pela edição 2009/10 do NBB (Novo Basquete Brasil).

Não se trata de uma pontuação qualquer. Com estes 63 pontos, Marcelinho tornou-se o jogador com maior número de pontos marcados numa partida de campeonatos nacionais. Superou simplesmente Oscar Schmidt, maior cestinha da história do Brasil (e talvez do mundo), que havia marcado 59 pontos em 4 de abril de 199, num jogo do Mackenzie/Barueri sobre o Santo André.

Por si só, trata-se de uma marca considerável. Já não é de hoje que Marcelinho assumiu o posto de principal cestinha do país e teve participação fundamental nos dois títulos brasileiros conquistados pelo Flamengo recentemente. Mas…

O recorde de Marcelinho Machado também nos traz uma triste constatação: mesmo com a crescente participação de jogadores brasileiros na NBA e nas principais ligas da Europa, o que ainda prevalece por aqui é este estilo “fominha” de se praticar basquete. Um único jogador torna-se o “salvador da pátria” e de suas mãos saem 70, 80% dos arremessos do time. Quando o sujeito está inspirado, cai tudo na cesta. Mas em compensação, tem dias que o infeliz só amassa o aro.

O mais triste é que muita gente na imprensa, por comodismo ou mesmo ignorância, enaltece este estilo, que tem em Marcelinho seu grande expoente. As transmissões dos jogos estão aí para comprovar esta minha tese. Ele é um ótimo jogador, repito, mas tem seus defeitos. A compulsão por arremessar, especialmente bolas de três, é uma delas.

A própria seleção brasileira há anos sofre com o “estilo Marcelinho”. Na última Copa América, quando o Brasil garantiu a vaga para o Mundial da Turquia, o ala terminou com um aproveitamento de apenas 33% dos chutes de dois pontos e 44,2% dos tiros de três. Muito pouco para quem arremessa tanto.

O recorde deste domingo de Marcelinho Machado precisa ser festejado, Mas com moderação e sem perder de vista o senso crítico.

Foto: Divulgação/LNB

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