Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 9 de abril do Diário de S. Paulo
“Se o Ubiratan jogasse em um país de Primeiro Mundo, já teria entrado no Hall da Fama há muito tempo.”
A frase acima é de Wlamir Marques, ex-ala da seleção brasileira e foi publicada pelo DIÁRIO na edição de 18/07/2002, um dia após a morte de Ubiratan Pereira Maciel. Amigo do ex-pivô, companheiro na campanha do título mundial de 1963 e na conquista da medalha de bronze olímpica em Tóquio (64), Wlamir não se conformava com a ausência de Bira no Hall da Fama do Naismith Memorial, em Springfield (EUA), que reúne as maiores lendas do basquete mundial.
Desde a última segunda-feira, Wlamir não precisa ficar mais inconformado. Os dirigentes do Hall da Fama aprovaram a entrada de Ubiratan entre os imortais do basquete, colocando-o no mesmo patamar de monstros sagrados como Michael Jordan, Larry Bird, Magic Johnson, Isiah Thomas, entre outros craques inesquecíveis. E que fique bem claro: a presença do velho Bira no Hall da Fama americano (ele já havia sido incluído no Hall da Fama da Fiba no ano passado) é mais do que justa.
O “Cavalo de Aço”, como Bira era chamado, foi o mais importante pivô da história do basquete brasileiro. Conciliava uma agilidade impressionante na luta pelos rebotes com muita garra dentro da quadra. Participante ativo da geração de ouro do Brasil, foi vice-campeão mundial em 1970, na extinta Iugoslávia. Ainda foi bronze nos Mundiais do Uruguai (67) e Filipinas (78). Este prêmio é mais um rebote que o grande Bira pegou lá no céu.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo