Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 29 de janeiro do Diário de S. Paulo
Desde o último dia 22, o basquete masculino brasileiro está sob nova direção. E tudo indica que passará a trilhar um caminho menos sofrido a partir de agora. Se a primeira impressão é a que fica, o argentino Rubén Magnano, escolhido para comandar a seleção até as Olimpíadas de Londres-2012, deixou a melhor imagem possível. Afinal, não é todo dia que se pode ter no banco de reservas um técnico com um título olímpico e um vice-campeonato mundial no currículo, além de ser o responsável pela formação de boa parte da vencedora geração argentina.
Mas é bom ninguém se enganar: não será uma transição tranquila. A chegada de Magnano representará a troca do letárgico estilo mostrado pelos treinadores brasileiros nos últimos anos por algo mais intenso e participativo. E, principalmente, com muita disciplina. O argentino é conhecido por não abrir mão de um comando forte em suas equipes, chegando ao ponto de proibir que seus atletas usem telefones celulares durante as refeições.
A preocupação em acabar com a indisciplina na seleção brasileira já existia sob o comando do espanhol Moncho Monsalve, também adepto da linha-dura. Se por um lado é improvável que se repitam episódios como o vexame protagonizado pela armador Nezinho no Pré-Olimpico de Las Vegas-07 — que então se recusou a entrar em quadra num jogo —, resta a dúvida sobre como as estrelas que atuam na NBA irão reagir diante de um comandante tão rigoroso. Se ganhar a confiança de Nenê, Varejão e Leandrinho, Magnano está feito.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sexta-feiras no Diário de S. Paulo