Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 4 de setembro
Surpreendente é pouco para definir a participação da seleção brasileira masculina de basquete na Copa América de San Juan, em Porto Rico. Se a classificação para o Campeonato Mundial da Turquia no ano que vem já era até esperada — o Brasil participou de todas as 15 edições da competição —, o mesmo não se pode dizer do desempenho que a equipe vem mostrando dentro de quadra. E boa parte disso deve-se ao trabalho do espanhol Moncho Monsalve, o primeiro estrangeiro na história a comandar a seleção.
Alvo de críticas e piadas quando foi contratado pela antiga diretoria da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), no início de 2008, Moncho, um especialista em treinar equipes da segunda divisão da Espanha, enfrentou diversos problemas na preparação para o Pré-Olímpico Mundial, em Atenas, como os desfalques de Leandrinho, Nenê e Ânderson Varejão. Resultado: Brasil eliminado, completando 16 anos sem ir às Olimpíadas.
Mas eis que o espanhol, com seu jeitão bravo e meio rude no trato pessoal, foi mantido no cargo pelo novo presidente da CBB, Carlos Nunes. Com mais tempo para trabalhar, preparou com cuidado a equipe que iria participar da Copa América, tendo apenas Nenê como grande desfalque. E não é que quando justamente o time engrenou e vem detonando todos os adversários (tudo bem que a Argentina foi com o time C, mas aí é outra história), a CBB não garante a permanência de Moncho por problemas salariais? Pô, CBB, deixa o homem trabalhar!
Foto: Divulgação/CBB
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo