Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 16/05/09 do Diário de S. Paulo
Dentro de quadra, Hortência Marcari sempre esteve acima das demais mortais. Ao lado de Magic Paula, outra estrela de primeira grandeza, Hortência desfilou toda a sua genialidade com uma bola de basquete nas mãos por mais de duas décadas. Conquistou vitórias importantes e alguns títulos inesquecíveis, como o Campeonato Mundial de 1994, na Austrália. Com toda a justiça, sempre carregou o substantivo “rainha” antecedendo seu nome, ao longo da carreira.
Por isso, nada mais justo que o novo presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Carlos Nunes, escolhesse Hortência como diretora do recém-criado departamento de basquete feminino. E em suas primeiras semanas no novo cargo, ela já precisa encarar um de seus maiores desafios: administrar a crise entre o técnico da seleção feminina, Paulo Bassul, e a ala Iziane Marques, que estão brigados desde o Pré-Olímpico de Madri, no ano passado, quando Iziane recusou-se a entrar em quadra no jogo contra a Bielorússia e foi cortada pelo treinador da equipe que foi às Olimpíadas de Pequim.
Hortência terá que mostrar ainda mais habilidade do que exibia quando usava a gloriosa camisa n 4 do Brasil para contornar este enorme problema. Iziane já deixou claro que não volta para a seleção enquanto Bassul permanecer no comando, numa demonstração óbvia de que não se arrependeu pelo ato de indisciplina. Bassul contemporiza publicamente, mas não irá aceitar novo ataque de estrelismo de Iziane. Que pepino, hein Hortência?
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada sempre às sexta-feiras no Diário de S. Paulo