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Basquete

Liga Nacional poderá ser a tábua de salvação para o basquete do Brasil

Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 5 de dezembro do Diário de S. Paulo

O basquete brasileiro volta a ter alguma esperança

Não sei se já é por causa do espírito natalino, mas não dá para ficar pessimista com a futura Liga Nacional de clubes, primeira competição brasileira a ser organizada, de fato, pelas equipes e cuja primeira edição está marcada para o início de 2009. Embora esteja entrando neste barco com um lamentável atraso — diversos países têm seus campeonatos nacionais geridos desta forma há mais de uma década —, o basquete do Brasil pode finalmente ter encontrado o caminho para escapar da lama onde está atolado há vários anos. “Com certeza, vamos fazer do basquete novamente o segundo esporte no coração do brasileiro”, garante o presidente da Liga, o empresário Kouros Monadjemi, nascido no Irã há 63 anos, mas que desde os cinco vive em Belo Horizonte.

Mais do que simples palavras, o discurso de Monadjemi contém uma boa dose de esperança de que, desta vez, os clubes finalmente deixem a vaidade e antigas rusgas de lado e possam caminhar em busca da salvação de uma modalidade que a cada ano parece definhar por aqui. Até porque, se os exemplos de um passado recente forem repetidos, quando fracassaram tentativas semelhantes de se criar uma liga dos clubes, o basquete do Brasil estará num beco sem saída.

Jogo de cintura
Talvez tenha sido o fato de aprender com os erros anteriores o principal mérito de Kouros Monadjemi em garantir a criação da Liga com o aval da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). O dirigente não mostrou, por exemplo, o radicalismo de Oscar Schmidt, durante o período de existência da Nossa Liga, que era avesso à qualquer negociação com a CBB. Da mesma forma, não teve a mesma postura separatista mostrada pelos clubes paulistas no início do ano, que criaram uma liga paralela, na prática um Paulistão com menos clubes.

Sem política
Monadjemi garante também que a Liga não tem qualquer ligação política com a CBB, que terá eleições em 2009. “A nossa responsabilidade é com a entidade CBB. Se amanhã não for o Grego que ocupar a presidência, tudo bem”, garante o cartola.

Vale copiar a NBA?
Talvez o maior ponto polêmico da futura Liga Nacional seja o modelo em que ela está se inspirando: o da NBA, a liga profissional americana, que ao contrário do existente em outras ligas pelo mundo, com acesso e descenso das equipes, funciona sob o sistema de franquias. Assim, cada clube “compra” o seu direito de participar da Liga, que em seu primeiro ano deverá ter entre 14 e 15 times. Kouros Monadjemi não considera que esta seja uma postura elitista. “Esta é uma liga para quem pode participar, não para quem quer. Se ela se fortalecer, no futuro outros clubes também poderão entrar”, aposta o empresário mineiro.

Foto: A extinta equipe do Telemar comemora a conquista do Nacional de 2005, o último organizado pela CBB sem boicotes ou confusões

A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sexta-feiras pelo Diário de S. Paulo

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