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Basquete

Impressionado com a Austrália, Didi ainda sonha com a NBA

Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, brasileiro é só elogios ao país, mas não esconde que quer voltar para os Estados Unidos

Didi Louzada, do Sydney Kings, na NBL
Didi Louzada em pré-jogo dos Kings pela NBL (facebook/Sydney Kings)

“Estou muito feliz aqui e os australianos são muito receptivos e carinhosos. Estão me fazendo me sentir em casa mesmo, só tenho a agradecer.” É assim que Didi Louzada fala sobre sua vida na Austrália, onde defende na NBL o Sydney Kings. Apesar de “muito bem impressionado com a liga” local, não esconde que ainda sonha em jogar na NBA.

“Sonho em jogar na NBA, sim, mas minha cabeça está toda aqui em Sydney, estou focado apenas no Kings”, disse o brasileiro em entrevista exclusiva para o Olimpíada Todo Dia. Ele acrescenta que atuar na NBL, a liga profissional de basquete na Austrália, “está sendo importante para que possa evoluir, aprimorar o jogo e ser um jogador cada vez mais completo”.

Didi Louzada, do Sydney Kings, na NBL
(facebook/Sydney Kings)

Didi Louzada chegou perto da NBA no ano passado, quando foi draftado pelo Atlanta Hawks na 35ª escolha. A seguir foi enviado para New Orleans Pelicans, chegou a disputar a Summer League, uma espécie de pré-temporada da liga, mas acabou assinando no meio de 2019 por um ano com os Kings.

Apesar de o sonho estar agora do outro lado do Pacífico, ele tem ali do lado uma inspiração vinda na NBA. Joga com Andrew Bogut, australiano campeão com o Golden State Warriors em 2015. “É uma referência para a equipe, é um campeão da NBA, um líder e alguém que inspira”.

Andrew Bogut, do Sydney Kings, na NBL, foi campeão na NBA
Andrew Bogut (facebook/Sydney Kings)

Dez pontos por jogo

Didi tem tempo médio de 22 minutos por jogo, ou pouco mais de meia partida, já que na NBL são quatro quartos de dez minutos. Marca aproximadamente dez pontos cada vez que vai para um duelo, acertando cerca de quatro em cada dez arremessos. De fora, mata em média um a cada três. Pega, ainda, 3,7 rebotes por jogo e dá pouco mais de três assistências a cada duas partidas na Austrália.

Mesmo sem fazer parte dos cinco que costumam entrar como titular, participou de 20 dos 26 jogos que o Sydney Kings fez na atual temporada. Em alguns foi destaque mesmo saindo do banco, como na vitória sobre o South East Melbourne Phoenix, em que foi o cestinha apesar de ter ficado em quadra apenas 17 minutos.

Até a primeira semana de fevereiro, o time de Didi Louzada era o líder da NBL com 18 vitórias e oito derrotas, seguido de perto pelo Perth Wildcats, com 17-9, e pelo Cairns Taipans, do também brasileiro Scott Machado, com 15-10.

Arena do Sydney Kings, na NBL, na Austrália
Arena dos Kings, com 15 mil pessoas (facebook/Sydney Kings)

“Estamos fazendo um bom campeonato, mas podemos e vamos melhorar ainda, chegar mais fortes aos playoffs”, afirma o brasileiro, descartando algum gosto especial em enfrentar Machado. “A rivalidade existe com todas as equipes. Não somos inimigos, somos rivais. Scott está fazendo uma excelente temporada, é um armador de muitos recursos, muito talento”.

A liderança na tabela, porém, já foi mais folgada, já que o time começou com 11-1. “Acabamos tendo alguns problemas de lesões, desfalques na equipe. Mas isso é normal, faz parte do jogo, você precisa tentar manter uma regularidade para pode chegar bem à fase final. É isso que estamos buscando, o equilíbrio para entrar bem nos playoffs”.

Lesão que pegou também o brasileiro na Austrália. No início de fevereiro, ele emitiu uma nota pedindo dispensa da seleção brasileira alegando problema no joelho esquerdo com previsão de retorno em 15 a 20 dias. Nesse período, o Brasil vai enfrentar o Uruguai pelas Eliminatórias da Copa América.

De ‘molho’, mesmo certamente priorizando a recuperação, talvez Didi Louzada tenha um pouco mais de tempo para curtir Sydney. “É uma cidade linda, com belas praias e um clima bem parecido com o do Brasil. Já conheci bastante lugares, tem uma comunidade grande de brasileiros e sinto, claro, saudade dos amigos, de muitas coisas do Brasil. Mas estou feliz demais em estar aqui, é um passo importante na minha carreira e estou fazendo o meu melhor”, finzaliza.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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