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Basquete

Vaga olímpica vai completar recuperação do basquete feminino

Desacreditada durante quase todo o ciclo olímpico, Seleção Brasileira de basquete feminina reage nos cinco meses sob o comando de José Neto e tem grandes chances de se classificar para a Olimpíada

José Neto seleção feminina de basquete

A mudança foi da água para o vinho. Ninguém acreditava, mas o basquete feminino do Brasil está dando a volta por cima. Desde que José Neto assumiu o comando da Seleção Brasileira, há cinco meses, a auto estima foi recuperada com o título dos Jogos Pan-Americanos, a medalha de bronze na AmeriCup e bons jogos disputados contra o sempre favorito Estados Unidos. Falta agora completar a retomada em relação ao cenário mundial e nada melhor do que conseguir uma vaga para a Olimpíada de Tóquio para fazer isso em grande estilo.

“Nada mudou do que a gente tem falado deesde o início. O propósito do nosso trabalho é fazer o basquete feminino voltar ao cenário mundial com respeito, já que não jogou o último Mundial, que foi em Tenerife, em 2018. O Brasil não se classificou e não pôde estar nesse cenário mundial. É um passo a passo. E o primeiro era conquistar o respeito da América e isso acabou acontecendo com a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos e depois com a de bronze na AmeriCup”, acredita Neto, que terá a oportunidade de sacramentar a recuperação do basquete feminino no Pré-Olímpico que a Seleção Brasileira vai disputar em fevereiro, em Bourges, na França, contra as donas da casa, Austrália e Porto Rico.

“Nada mudou da dificuldade que é de se classificar. A gente sabe que são países que estão trabalhando há mais de quatro anos para chegar a este momento, enquanto nós estamos trabalhando há cinco meses. Mas é uma possibilidade real. Muito difícil, mas real. Vamos nos entregar para que essa possibilidade real seja concretizada”, promete o treinador.

Na teoria, a briga direta do Brasil é com Porto Rico. A Austrália, segunda colocada do ranking mundial, e a França, quinta, estão entre as principais potências da modalidade. Como os três primeiros colocados carimbam o passaporte para Tóquio, basta ficar a frente das portorriquenhas para se classificar e o restrospecto é favorável às brasileiras.

As duas equipes se enfrentaram duas vezes em 2019. A primeira foi na fase de grupos dos Jogos Pan-Americanos com vitória do Brasil por 64 a 58. Depois do jogo disputado em Lima, em agosto, brasileiras e portorriquenhas se encontraram novamemte no final de setembro na disputa pelo terceiro lugar da AmeriCup. Apesar do jogo ter sido disputado em San Juan, capital de Porto Rico, as comandadas por José Neto venceram com autoridade por 95 a 66.

“Não sei se isso me tranquiliza ou não porque Porto Rico também conhece a gente. Elas já jogaram duas vezes contra nós. Eu acho que não tem que pensar no adversário, tem que pensar na possibilidade que a gente tem de poder estar nos Jogos Olímpicos. É lógico que conhecendo melhor os adversários facilita o estudo, mas não facilita a gente ter uma vitória. A dificuldade continua a mesma porque assim como a gente conhece o adversário, o adversário nos conhece”, acredita o treinador, que, apesar do alerta, está confiante. José Neto acha que o Brasil não só tem condições de vencer Porto Rico de novo como tem condições de surpreender as favoritas Austrália e França.

“Eu sempre vou preparar minhas equipes para ganhar jogos, independente do adversário. Então, vou estudar cada adversário, temos que nos preparar não para jogar um tudo ou nada contra Porto Rico. Temos que preparar a equipe para jogar cada partida e vencer cada uma dessas partidas. E é uma coisa que a gente acredita que pode acontecer. Muito difícil, mas a gente acredita que isso pode acontecer. Assim como a gente achou que era muito difícil ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, mas essa nossa equipe é uma equipe que surpreende. Ela tem um brio diferente. Difícil ver uma equipe que tem um comprometimento tão grande. É uma coisa que chega realmente a emocionar. Tenho muita confiança de que a cada jogo a gente possa dar o nosso melhor e ter os resultados positivos”, concluiu o treinador.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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