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Parapan 2019

Para Lima, basquete em CR feminino treinou contra homens

Seleção feminina do basquete em cadeira de rodas dividiu jogos-treinos com os homens na caminhada até o Parapan de Lima 2019

Ale Cabral/CPB

Todos estão em cadeiras de rodas. É obvio que os homens são mais fortes e rápidos, mas isso não é motivo para separação. Pelo contrário, a diferença promove mudanças e melhora as condições de treino e jogo. Pensando assim, Wilson Caju, o treinador da seleção feminina de basquete em cadeira de rodas, enfrentou clubes brasileiros masculinos na preparação para o Parapan de Lima 2019. Professor Pardal? Não é bem assim.

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“É um trabalho muito sério, tivemos cinco etapas de treinamento, e nós procuramos fazer jogo contra equipes masculinas, isso deu um nível de condição muito melhor, e também jogamos contra a nata do feminino, as meninas são merecedoras de estarem aqui. E vamos brigar”, disse o treinador após um jogo-treino contra a Argentina realizado no Polidesportivo 1, palco que receberá os jogos da modalidade no Parapan de Lima 2019.

“É uma maneira de treinar, porque eu sempre achei que as mulheres deveriam jogar contra o masculino, não tem diferença, isso fez uma evolução no esporte. E agora para a preparação do Parapan, convidamos alguns clubes e os jogos eram pau a pau, isso quer dizer que estamos no caminho certo”, completou Wilson Caju, que sabe bem das condições que os atletas têm de conviver.

“Eu trabalho com o basquete desde que fiquei um tempo na cadeira de rodas. E quando você fica numa cadeira de rodas, você busca inspiração e acaba achando no esporte. Uma pessoa com deficiência precisa de alguma coisa. Enfrentar os homens também é uma forma de inspiração”.

E os jogos-treinos contra times masculinos vão além da ideia de reforçar e exigir mais. Com apenas oito equipes femininas competindo no cenário nacional, o ritmo de jogo das brasileiras é baixo e enfrentar times do outro naipe permite que a equipe fique mais tempo em quadra, ganhe cadência, apure os movimentos e mantenha um padrão de jogo independentemente do adversário

“Estar sempre jogando. Isso que nos falta. Porque a nossa carência maior é a falta de jogos, ritmo de jogo. Estamos nas principais competições internacionais, enfrentamos as principais seleções da modalidade, mas ainda faltam jogos. Mais do que uma ideia revolucionário, treinar com os homens é uma necessidade”, conclui o treinador.

E o quê as atletas acham de tudo isso? Débora Cristina Guimarães, uma das mais experientes do grupos que está no Parapan de Lima, responde: “É muito válido, para chegarmos até aqui, nos faltam jogos e jogar com homens é bem diferente. Eles têm mais força do que a a gente, fizemos grandes jogos e isso fez com que a gente viesse mais confiante para o Parapan”.

E bota confiança nisso. Maxcileide de Deus Ramos, 21 anos, e uma das novatas no Parapan, também aprovou a experiência contra os homens. “Então, a gente quer ser campeão, quer a vaga para Tóquio. E a preparação com os homens nos deu confiança. Fortalece mais, exige mais tudo de você e a preparação foi boa. A gente chega para encarar todas de frente na competição”.

Se as atletas estão empolgadas com o Parapan de Lima, Wilson Caju segue o bonde. ” Acredito muito no Brasil, que está no nível das melhores seleções, e todas têm que acreditar no trabalho, no potencial das atletas. Temos tudo para sermos campeões, Depende muito do jogo contra os EUA. Fato é que houve evolução, uma nova filosofia de jogo, e o Brasil tem tudo para chegar”.

Em lima, a seleção feminina irá enfrentar o Peru, o Chile e os Estados Unidos pelo Grupo B.

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