Durante a divulgação da lista dos convocados para defender o Brasil em mais uma janela das eliminatórias para a Copa do Mundo de basquete, nesta quinta-feira (22), o técnico Aleksandar Petrovic comentou um problema que acabou tendo com Raulzinho, armador do Utah Jazz da NBA, antes dos jogos da última janela contra Canadá e Ilhas Virgens, em setembro deste ano.
“Em julho conversei com ele, que me deixou claro que o problema de, naquele momento, estar sem contrato com nenhum time da NBA, o impedia de jogar pelo Brasil, o que foi respeitado por mim. Em setembro, entrei em contato com ele, para informar que iria convocá-lo para jogar somente contra o Canadá, no dia 13, contudo ele me pediu que não o chamasse pois gostaria de se preparar com sua equipe, porém a equipe canadense tinha seis jogadores da NBA em sua lista e todos jogaram contra nós e posteriormente foram liberados. Essa atitude dele me deixou muito chateado”, disse o técnico.
Após a coletiva, perguntado pela reportagem sobre ainda não ter contado com o pivô Nenê, considerado por muitos o maior brasileiro que já atuou pela NBA, o técnico explicou melhor o assunto.
“Eu tenho que ver o agora e hoje eu não poderia contar com ele. Tenho que ter a projeção do ano de 2019 e 2020, que são os objetivos, tentando sempre essa mescla de gerações, mas pra mim, independente do número da idade do jogador, os melhores que estão disponíveis e queiram vir defender o Brasil tem que jogar. No caso específico dos atletas da NBA, cada um será avaliado no momento certo e veremos o que pode ser feito”, disse o técnico.
Mesclando jovens e experientes, Petrovic projeta Tóquio 2020
Com a divulgação da lista com os 13 convocados para as partidas contra Canadá e República Dominicana pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2019, Aleksandar Petrovic mostrou, mais uma vez, que a chave de seu trabalho é a mescla de jovens talentos, como Didi e Yago, com a experiência, de Varejão e Leandrinho, tendo como objetivo chegar em Tóquio 2020.
Na lista desta quinta-feira, o técnico croata da Seleção Brasileira de basquete conta com quatro jogadores acima dos 30 anos de idade, Rafa Mineiro, Leandrinho, Marquinhos e Anderson Varejão, e três jogadores com até 23 anos, Didi, Arthur Pecos e Lucas Dias. Para o treinador esse é um dos caminhos que deve seguir.
“Quando cheguei ao Brasil, precisava rejuvenescer a Seleção e estamos caminhando para isso. Mas, além de trazer novos e manter alguns com experiência, precisamos que os jogadores de 25, 27 anos estejam bem, pois eles vão dar a sustentação para que a geração dos meninos da base chegue bem e possamos projetar a Copa do Mundo e Tóquio 2020”, comentou o técnico.
Um bom exemplo do que disse o técnico aconteceu nas últimas convocações na posição de armador. Para a última janela de jogos, onde o Brasil acabou derrotado pelo Canadá e venceu as Ilhas Virgens por W.O., foram chamados para a posição Marcelinho Huertas, de 35 anos, Ricardo Fischer, de 27, e Yago, de 19. Contudo, por conta de lesões e dos jogos da Euroliga, nenhum dos três pôde ser convocado desta vez.
As lesões são um fator importante ressaltado pelo treinador croata na coletiva. Além de lamentar as ausências de Yago, com problema no tornozelo que o afastará por 2 semanas das quadras, e Fischer, lesão no joelho que o deixará de 7 a 9 meses sem jogar, Petrovic comentou a evolução de jogadores presentes em outras oportunidades.
“Muito provavelmente se estivessem em condições físicas Fischer e Yago estariam na lista, mas estão machucados e não podem jogar. Mas o que deixa mais tranquilo é saber que Rafael Hettsheimeir e Alex, que tiveram lesões sérias e precisaram de cirurgia, estão na fase final de recuperação em seus clubes e podem, se tudo correr dentro do esperado, na próxima convocação estarem conosco”, finalizou Petrovic.