Vindo de uma família de atletas do basquete, Luiz Lemes começou a praticar o esporte aos sete anos, com 15 teve as primeiras convocações para as seleções paulista e brasileira e se tornou profissional com 18, quando foi para os Estados Unidos e jogou quatro anos pelos campeonatos universitários.
Com anos de experiência no currículo, o ex-jogador resolveu seguir um rumo diferente após a aposentadoria das quadras. Hoje, Lemes é observador do Boston Celtics com área de atuação na América do Sul, focado no Brasil e na Argentina, de onde saem os maiores talentos.
“Eu começo a fazer uma avaliação dos atletas que têm potencial a partir dos 16 anos. Tenho toda uma lista com os detalhes da vida do atleta, dentro e fora da quadra, para no futuro, quando ele tiver 18 anos, e a gente tiver muito interesse nele, conseguirmos assinar um contrato sem nenhum risco de ter um problema com ele no futuro”, contou o olheiro da NBA.
Atualmente, além de scout do Boston Celtics, Lemes também atua como treinador na Holanda, em um projeto que visa elevar a seleção do país à elite da Europa. Chamado “Orange Lions Academy”, o programa busca desenvolver o atleta holandês e quer que a equipe nacional vá para a Olimpíada em até oito anos.
Brasil na NBA
Mesmo sem poder citar nomes, Luis Lemes afirmou que existem jovens no radar da liga americana de basquete. “Hoje em dia nós temos dois ou três atletas na lista, com chances. Temos alguns garotos com muito potencial no Brasil e na Argentina agora. Não posso esquecer dos outros países também, mas são menos. Mas com certeza, daqui um ou dois anos, vai aparecer mais um ou dois talentos sul-americanos para ir para a NBA”, contou.
Lembrando das chances que Georginho e Lucas Dias tiveram recentemente, o olheiro completou: “Estamos esperando para ver quem vai ser o próximo garoto”.
Exaltando personalidades como Nenê, Leandrinho, Varejão, Raulzinho e Caboclo, o profissional comentou a representação brasileira passada e atual nos Estados Unidos. “É um ciclo. Até um ou dois anos atrás, nós tínhamos nove representantes, que é um número gigantesco para um país onde o futebol é dominante”, afirmou.
Com um olhar acostumado ao cenário internacional, Lemes aproveitou para elogiar o NBB – que teve o Paulistano como campeão na última edição. “O momento está excelente, nunca vimos tantos garotos nas ruas usando camisas da NBA, do Paulistano e do Pinheiros. Isso se deve muito ao NBB, que está fazendo um trabalho excelente, gerindo os clubes e uma liga muito forte”, afirmou.
A 11ª edição do NBB, que conta com a participação de 14 equipes, começou no último dia 13. Atualmente, o Flamengo ocupa o primeiro lugar na classificação, com 100% de aproveitamento e seis pontos, seguido por Pinheiros e Mogi.