Nova modalidade olímpica, basquete 3×3 brasileiro teve problemas administrativos ao longo da temporada. Principal atleta do esporte, Luiz Felipe Soriani espera apoio maior das entidades responsáveis com a proximidade da Olimpíada de Tóquio, em 2020.
“A expectativa é muito grande, mas vai ser um caminho difícil. Ano que vem a CBB precisa começar desde o início do ano a fazer o trabalho. O Brasil tem jogadores que jogam no mesmo nível das melhores equipes do mundo, só que o trabalho precisa ser feito desde o começo para a gente ter uma equipe forte para o Pré-Olímpico e conseguir a vaga”, comentou Soriani em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
Apesar de ser um esporte relativamente novo oficialmente, o basquete 3×3 registra um grande número de adeptos. Soriani, inclusive, é o primeiro do ranking nacional e conquistou o Prêmio Brasil Olímpico da modalidade. O Brasil já conseguiu garantir bons ranqueamentos nos últimos anos, mas sem disputar campeonatos que valem pontos, o sonho de disputar os Jogos Olímpicos se torna cada vez mais distante.
“Eu comecei a jogar há quatro anos atrás e o Brasil sempre se manteve em terceiro, quarto, quinto lugar. Esse ano caiu muito. Se não me engano, a gente está abaixo do décimo colocado, por conta disso (ausência de disputas). O caminho certo seria, no ano que vem, voltar a CBB. Voltar forte, junto com a ANB, Associação Nacional de Basquete, em São Paulo, que também vem realizando torneios”, explicou o atleta.
Além da falta de investimento, há o conflito entre a Confederação Brasileira de Basketball e a Associação Nacional de Basquete 3×3 no que se diz respeito ao calendário anual. Em 2018, a CBB não concluiu as etapas que estavam previstas para o Circuito Nacional, aumentando os problemas para alavancar a modalidade.
“O mundo ideal é esse (companheirismo entre CBB e ANB). Todos trabalhando em prol do esporte, né? Então, o ideal seria isso. Trabalharem juntos e não ter essa briga de ego, de cada um realizar o seu torneio. Os dois têm que trabalhar juntos, os jogadores, equipes, as próprias confederações, para o Brasil crescer nessa modalidade”, declarou.
Sistema de classificação para a Olimpíada
Para conseguir a tão sonhada vaga nos Jogos de 2020, há a necessidade de somar pontos ao longo das competições. Torneios mundiais contam mais. Ainda assim, é importante ter um bom rendimento nos campeonatos internos, que também valem para a classificação final. A concorrência é acirrada.
“São só oito países que vão participar. São poucos, são poucas vagas, mas o Brasil tem chances, sim, de estar lá. E a gente vai batalhar por isso”, afirmou.