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“Simplesmente não acreditei”, diz Ygor sobre vitória histórica

Ygor Coelho Pan-Americano de Lima badminton individual masculino jogos pan-americanos lima 2019

Depois de uma derrota arrebatadora no primeiro set, Ygor Coelho encontrou forças para se reerguer e conseguir uma vitória histórica. Atual 39º. do ranking mundial, o brasileiro foi para cima do indiano H. S. Prannoy, número 11 do mundo e medalha de bronze no último Campeonato Asiático, virou a partida e conquistou um resultado inédito e histórico para o país ao conseguir a vaga para as oitavas de final do Mundial de badminton, que está sendo disputado em Nanjing, na China.

“Minha reação foi engraçada porque eu não vibrei nem nada. Eu só fiquei de boca aberta e simplesmente não acreditei, mas eu levei e agora tenho que estudar o jogo do meu adversário”, afirmou Ygor Coelho em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia. O brasileiro volta à quadra às 3h da manhã desta quarta-feira para enfrentar Tien Chen Chou, de Taipei, quinto colocado do ranking mundial.

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“A minha parceria com a Nadia (Lyduch, técnica dinamarquesa que trabalha com ele desde fevereiro) está muito boa. Nós dois estamos muito focados, estamos conversando antes do jogo acontecer, revisando tudo e quando entro em quadra dá tudo certo. A gente fala a mesma língua dentro da quadra”, vibra o jogador.

E olha que o primeiro set podia ter acabado totalmete com a confiança de Ygor Coelho. O brasileiro foi facilmente derrotado por 21 a 8 por Prannoy. “A minha treinadora disse que eu não estava focado, mas o que eu senti na quadra foi que eu não conseguia controlar: tudo o que eu fazia ia para fora e tudo o que eu atacava ele defendia muito bem. Eu não conseguia colocar a peteca para correr”, lembra.

Mas quando começou o segundo set, tudo mudou completamente. “Eu tomei uma bronca da Nadia e também me cobrei demais. Falei: ‘agora a peteca vai correr e eu vou fazer as coisas certinhas’. Aí comecei a fazer a tática que a Nadia me falou e abri 8 a 0. Depois ele encostou, mas eu consegui aguentar e levei o set por 21 a 16”.

Com 1 a 1 no placar, veio o set decisivo, que começou muito equlibrado. “No terceiro set, a gente foi disputando ponto a ponto até que eu consegui abrir dois e fiz 11 a 9. Viramos o lado da quadra e embalei chegando a 14 a 9. Aí falei: não vou soltar, não posso soltar”.

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Mas Prannoy reagiu e a diferença chegou a cair para três pontos (18 a 15) e Ygor Coelho quase sucumbiu mentalmente à aproximação do adversário, mas contou com a ajuda da técnica para não deixar a peteca cair. “Ai meu Deus! Quando ele encostou, comecei a lembrar do Super Series da França (derrota para Ka Long, de Hong Kong, depois de estar vencendo por 20 a 17), mas a Nadia começou a gritar para eu ter foco, para pensar no jogo e fiz 19 a 15, 20 a 15 e 21 a 15 e levei o jogo”, se empolga o brasileiro, que chegou ao Mundial depois de uma temporada de altos e baixos em que ele atingiu sua melhor colocação no ranking em março ao chegar ao 30º. lugar, mas caiu nove posições até a estreia em Nanjing.

“A temporada está sendo meio esquisita. Não consegui muitos resultados porque eu me machuquei. A Nadia estava me passando as coisas, mas eu estava confuso, não estava entendendo e, olha, depois de seis meses eu estou vendo em alto nível que está funcionando tudo o que ela quis me dizer nesse tempo todo. E não acabou por aqui. A gente está focando jogo por jogo. Tenho que continuar forte e firme na quadra porque eu e ela estamos dando certo”, finalizou.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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