Ygor Coelho surgiu de um projeto social idealizado por seu pai, Sebastião Oliveira, em 1996, ano de nascimento do atleta, no Morro do Chacrinha, zona oeste do Rio de Janeiro. Foi lá na Associação Miratus que ele começou a jogar aos três anos. Hoje, aos 20, ele sonha alto. Depois de ter disputado sua primeira Olimpíada em 2016, ele quer chegar aos Jogos de Tóquio em 2020 entre os melhores do mundo. Depois de estrear com vitória sobre o italiano Lukas Osele por 2 a 0, parciais de 21/14 e 21/10, na Copa Brasil Internacional de badminton, que está sendo disputada no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, o principal nome do país na modalidade falou com exclusividade ao Olimpíada Todo Dia. Veja no vídeo abaixo a entrevista na íntegra.
Potencial para chegar longe não falta para Ygor Coelho. Tudo aconteceu de forma muito rápida na carreira do jogador. Em 2014, ele se tornou profissional e em 2016 já estava na Olimpíada. Logo depois dos jogos do Rio de Janeiro passou três meses na França treinando com o dinamarquês Peter Gade, um dos maiores nomes da história do badminton, lenda do esporte, que tem o brasileiro como um dos seus pupilos e aposta nele.
“Depois da Olimpíada, eu pedi para treinar com a França (da qual Peter Gade é técnico), me ofereceram três meses de graça. Só tive que pagar a passagem e foi assim que surgiu”, contou Ygor Coelho, que voltou à França em janeiro para trabalhar com o antigo ídolo da modalidade. “Peter Gade foi por três anos consecutivos o número um do mundo. Estou aprendendo bastante com ele e espero ser um dos 20 melhores do mundo até Tóquio 2020”, projeta.
Ygor Coelho é atualmente o 80o. do mundo, mas já chegou a ser o 57o., melhor posição de um brasileiro na história
Ygor Coelho sabe, no entanto, que o caminho é longo. Embora tenha chegado a ser o 57o. do mundo no segundo semestre de 2016, melhor colocação obtida por um brasileiro na história, ele atualmente ocupa o 80o., já que os torneios do circuito mundial começaram a ser disputados em janeiro e a Copa Brasil Internacional de badminton é o primeiro que ele compete.
O torneio no Brasil é um International Challenge, quarto grau de importância no circuito mundial de badminton, atrás do World Super Series, do Grand Prix Gold e do Grand Prix. Por isso, Ygor Coelho já tem uma programação feita e espera ter bons resultados para disputar competições mais importantes ao longo da temporada.
“Preciso subir de nível. Ainda estou buscando nível com o Peter Gade e preciso jogar os torneios internacionais. Preciso estar entre os 30, 40 do mundo para poder ser cabeça-de-chave do qualifying de um Super Series. Tenho quatro competições importantes e espero ir bem aqui no Brasil, na França, na Polônia e no Peru. Se eu conseguir chegar entre os 60, 50 do mundo, estou pensando em jogar GP e GP Gold. Já tem previstas competições destas no Canadá e nos Estados Unidos, mas tenho que ir bem nos primeiros para poder competir nesses outros. E se eu conseguir ir bem nesses, eu consigo ir para o Super Series”, planeja.
Depois de passar por Lukas Osele na estreia, Ygor Coelho enfrenta Milan Dratva nesta sexta
Depois de passar pela estreia da Copa Brasil Internacional de badminton, Ygor Coelho enfrenta nesta sexta-feira às 10h da manhã o eslovaco Milan Dratva, atual 432o. do ranking mundial, pela oitavas-de-final do torneio. Cabeça-de-chave número 3 da competição, o brasileiro não é favorito só para este jogo como também para disputar o título e tem tudo para brigar pelo pódio. “Estou indo jogo por jogo, mas eu quero sim ganhar uma medalha. É o meu objetivo”.
Depois de São Paulo, Ygor Coelho disputa na semana que vem, entre 16 e 19 de março, o International Series do Peru em Lima, e em seguida vai para a Europa jogar os International Challenges de Varsóvia, na Polônia, entre 23 e 26 de março, e Orleans, na França, entre 30 de março e 2 de abril. As competições que ele almeja conseguir ranking suficiente para participar são o Grand Prix de Calgary, no Canadá, e o Grand Prix Gold de Anaheim, nos Estados Unidos, em julho.
Ygor Coelho já tem agendada a participação em torneios no Peru, na Polônia e na França
Apesar da crise que o esporte olímpico brasileiro vive após os Jogos do Rio 2016, Ygor Coelho pode se sentir um privilegiado. Ele renovou o contrato de patrocínio com a Nissan e tem o apoio que precisa para continuar viajando pelo mundo em busca de evolução e bons resultados.
“Não tenho tudo o que eu tinha antes da Olimpíada do Rio, mas a maioria sim. Eu tenho a FAB, o Ministério dos Esportes e a Nissan. Consigo me manter, consigo jogar as competições internacionais. Consigo ainda continuar o meu sonho que é Tóquio 2020 graças a esses patrocinadores”, agradece Ygor Coelho, que prevê chegar na Olimpíada de Tóquio muito melhor do estava no Rio de Janeiro.
Ygor Coelho foi o único brasileiro a passar da primeira rodada da chave principal de simples
“Vou estar mais forte psicologicamente, fisicamente. Meu sonho era jogar os Jogos Olímpicos. Eu fiz de tudo para estar, mas eu sinto que eu ainda posso mais. Estou reformulando meus planos para ser um dos melhores do mundo e chegar em Tóquio com possibilidades”, bota fé o jogador, que foi o único brasileiro a passar da primeira rodada da chave principal da Copa Brasil Internacional de badminton.
Todos os outros três representantes, João Marcos Moreira, Francielton Farias e Igor Ibrahim, que entraram no torneio pelo qualifying, foram eliminados. Confira todos os resultados desta quinta-feira e a programação de jogos desta sexta-feira. A Copa Brasil Internacional de badminton está sendo disputada no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, e a entrada para assistir aos jogos é gratuita.
