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Badminton

Livre de lesões, Ygor Coelho chega mais forte ao Mundial

Recuperado de contusões na perna e no ombro, Ygor Coelho estreia no Mundial de badminton na madrugada de segunda-feira

O local mexe com Ygor Coelho. Nanjing, na China, é a cidade onde começou o sonho olímpico deste carioca de 21 anos com a disputa dos Jogos da Juventude de 2014. Agora, ele está de volta para encarar o segundo Mundial de badminton de sua carreira. A estreia está marcada para 1h da manhã. Número 39 do mundo, o brasileiro terá pela frente Wong Wing Ki Vincent, de Hong Kong, que atualmente está 16 posições a frente dele no ranking. Será um grande desafio para o melhor atleta do país na história da modalidade. Em um ano com altos e baixos, mas premiado com o bicampeonato pan-americano e com a medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos, Ygor está mais forte, livre das lesões que o atrapalharam ao longo da temporada até agora e pronto para surpreender.

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“Estive com minha treinadora (a dinamarquesa Nadia Lyduch) por três dias na semana passada e conversamos muito sobre o jogo e vamos conversar mais lá no Mundial. Acredito que vai dar tudo certo  porque minha treinadora entende muito. Eu vi vídeos do meu adversário cinco vezes e vou ver de novo. A gente sempre fica falando sobre o jogo. Acredito que vou chegar lá sabendo de tudo o que eu tenho que fazer em quadra”, afirma Ygor Coelho.

Ygor Coelho ao lado da técnica Nadia Lyduch com quem tem trabalhado desde fevereiro deste ano

A confiança que Ygor demonstra num bom resultado soa até certo ponto incoerente com a temporada que ele vem fazendo. Foram três eliminações na primeira rodada nos três primeiros torneios do ano (Tailândia, Malásia e Suíça), mas o brasileiro se recuperou, venceu o Brasil Open só perdendo um set em cinco jogos, fez um jogo histórico contra a lenda malaia Lee Chong Wei no All England Open e alcançou o 30º. lugar do ranking mundial, melhor colocação da carreira dele. Quando parecia que ia embalar, sofreu com duas lesões.

“Tive um estiramento na perna e depois o ombro inflamou muito e fiquei indeciso entre jogar Orleans ou não, mas acabei jogando para defender os pontos (foi eliminado na estreia pelo inglês Sam Parsons). Só que aí piorou a minha situação e eu fiz milagre para jogar o Pan-Americano. Eu não levantava o braço. Cheguei três semanas antes do Pan no Brasil e o Time Brasil conseguiu me recuperar a tempo de jogar o Pan-Americano e eu ganhei”. A campanha do bicampeonato pan-americano, aliás, foi perfeita: cinco vitórias em cinco jogos e nenhum set perdido, mostrando o quanto está acima atualmente do nível dos atletas do continente, fato que o torna favorito desde já à medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do ano que vem.

Ygor Coelho faturou em 2018 o bicampeonato pan-americano e é visto como favorito desde já ao ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2019

Como forma de agradecimento ao COB por ter sido fundamental em sua recuperação, Ygor Coelho defendeu, pouco depois do Pan, o Time Brasil nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba e trouxe da Bolívia três medalhas de ouro (individual, equipe e duplas). Mas a volta ao circuito mundial de badminton, em junho, não foi do jeito que ele queria. Depois de passar pelo americano Howard Shu na estreia, o brasileiro caiu diante do indiano Ajay Jayaram na segunda rodada do Aberto dos Estados Unidos. E no Aberto do Canadá perdeu na estreia para o dinamarquês Kim Bruun. “Nos EUA fiz o mesmo resultado do ano passado, mas no Canadá não fui muito bem”, admite o brasileiro, que chega ao Mundial na 39ª. colocação do ranking mundial de badminton por ter perdido os pontos que tinha para defender em Orleans e no Canadá.

A queda, no entanto, não desanima Ygor Coelho. Ele sabe que a carreira dele passa por uma fase de transição e que logo terá resultados positivos. Quem sabe não aconteça já no Mundial de badminton. “Depois das lesões, entrei num processo de trabalhar coisas específicas como flexibilidade. Tive que reaprender a fazer musculação. Agora eu tenho uma treinadora e segui muito bem o que ela falou e ela falou que eu tenho melhorado em outras áreas que eu estou sentindo diferença em quadra como hidratação e alimentação, que faz ficar bem durante bastante tempo. Agora me sinto mais forte, mas tive uma fase que não me sentia forte suficiente. São detalhes que fazem a diferença. Para o Mundial, acho que estou forte. Espero conseguir encaixar tudo o que eu aprendi”, afirma o atleta, que não esconde que seu objetivo principal é evoluir com o foco nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.

“Eu considero que eu tenho nível, mas por enqaunto estou passando por um processo de aprendizagem. Estou ainda estou mudando coisas no meu jogo. É um trabalho contínuo para chegar muito mais forte em 2019, que é um ano em que vou ter que jogar muitos torneios e vai ser muito pesado. Eu tenho que estar muito preparado para poder conseguir os pontos para os Jogos Olímpicos”, conta o brasileiro, que a partir do segundo semestre de 2018 vai jogar na forte Liga da Dinamarca de badminton, depois de passar quase um ano e meio treinando na França.

Ygor Coelho vai disputar a fortíssima Liga da Dinamarca a partir do segundo semestre e espera evoluir com a experiência

“Vou ter treinamento para jogar a Liga. É outro sistema. Na França, eu aprendi bastante, mas o foco não era para mim porque lá eu ajudava a seleção francesa a ir bem nos torneios. Eu também aprendia, mas agora vai ser mais específico para mim, que vai mais me beneficiar. Vou aprender a ser mais forte, jogando ligas mais fortes, tendo a minha treinadora me orientando. Já estou sentindo diferença e que as coisas já mudaram”, acredita.

Por conta disso, nada melhor do que tentar uma surpresa no Mundial de badminton. Em 2017, depois de eliminar o norueguês Marius Myhre na primeira rodada, Ygor Coelho fez um jogo duríssimo de três sets contra o chinês Shi Yuqi, que na época era o quarto do ranking mundial, deu trabalho, mas acabou eliminado. Repetir a história em 2018 é, no mínimo, o que ele quer.

“Meu objetivo é ir jogo por jogo como fiz ano passado. Foquei no primeiro jogo e consegui ganhar. Segundo jogo eu estudei meu adversário, fui para cima, mas acabou que no final ele foi melhor do que eu. Agora, eu sinyo que estou bem preparado. Trabalhei intensamente antes de ir para a Holanda, onde eu finalizei a minha preparação. Acho que eu estou mais preparado do que no ano passado, mas é jogo por jogo. Mundial tem sempre surpresas”

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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