Paris – Derrotado na semifinal do badminton nas Paralimpíadas de Paris, Vitor Tavares comentou sobre a influência da torcida na partida contra o francês Charles Noakes. Para o brasileiro, o público que encheu as arquibancadas da Arena La Chapelle fez um “barulho ensurdecedor” na tarde deste domingo (1º) e foi essencial para empurrar o atleta local para a vitória que o garantiu na final do torneio da classe SH6.
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“A torcida faz a diferença. A gente não pode deixar se abalar, mas o jogo é jogado. Temos as escolhas dentro de quadra, e cada escolha define o nosso futuro. Não era um jogo muito fácil, mas também não era um jogo impossível, só que a torcida fez o papel dela. O barulho que eles estavam fazendo era um ensurdecedor, e dá para perceber pela minha voz também. Agora é partir para cima que amanhã a gente vai disputar o bronze”, falou Vitinho.
O brasileiro chegou a utilizar algumas estratégias para não sofrer tanto com os ânimos da torcida. Uma delas foi ‘matar o tempo’ entre um ponto e outro, o que até gerou uma chamada de atenção do árbitro durante o jogo. “Sempre que eu ia sacar, eu esperava baixar o barulho. Só que uma hora eu esperei demais, acabei passando do limite e o árbitro chamou a gente, para não ficar ‘bolando’ ali, fazendo uma ‘cerinha’ de leve”, falou ele.
Tática em quadra
Vitor Tavares perdeu para Charles Noakes em sets diretos, com parciais de 21/18 e 22/20. O brasileiro chegou a estar na frente na reta final da segunda parcial e teve um set point, mas tomou a virada. Se nas arquibancadas a torcida fez a diferença, dentro de quadra foi a questão tática que fez com que o francês vencesse a partida, de acordo com avaliação de Vitinho.
“O badminton é um xadrez só que mais rápido, porque cada movimento você tem as opções de volta e assim a gente vai ter que ir pensando de uma forma muito rápida a nossa estratégia. Fiz em alguns momentos as bolas erradas, bolas que eu sou acostumado e gosto de fazer, só que nesse jogo elas não foram tão eficientes assim. Então, isso acabou me prejudicando”, falou o brasileiro.
Com a derrota na semifinal, Vitor Tavares vai disputar a medalha de bronze em Paris nesta segunda-feira (02), às 16h10 (horário de Brasília), contra o honconguês Chu Man Kai, número um do mundo. É a chance de uma medalha inédita para o badminton brasileiro em Paralimpíadas. “Vamos pra cima. O jogo é jogado. A gente tem chances reais de ganhar, então vou dar o meu melhor amanhã”, falou.