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Elizabeth Gomes tenta manter embalo após série de recordes

Divulgação/CPB

A paulista Elizabeth Gomes já quebrou quatro recordes nesta temporada e competirá no Circuito Loterias Caixa de Atletismo

Elizabeth Gomes acostumou-se nos últimos quatro meses a uma rotina de recordes. Desde que estabeleceu o melhor desempenho das Américas no lançamento de disco (classe F52), em abril, a paulista de Santos manteve uma extensa sequência de marcas mundiais. Na segunda etapa nacional do Circuito Loterias Caixa de Atletismo, neste fim de semana (4 e 5), no CT Paralímpico, em São Paulo, ela defende os recordes do lançamento de disco, dardo e arremesso de peso.
Ao todo, 296 atletas de 19 estados e do Distrito Federal estão inscritos no evento. São Paulo é a unidade da federação com o maior número de representantes, 125. Esta será a última oportunidade para os atletas obterem vagas para o Campeonato Brasileiro da modalidade, que ocorrerá no fim de setembro, também no CT Paralímpico. O Brasileiro reunirá os melhores atletas do ano por Índice Técnico Competitivo (ITC) e os melhores do ranking nacional.
Foi justamente na primeira etapa nacional do Circuito, em junho, que Elizabeth deu início à sua série. Ela quebrou na ocasião os recordes mundiais do arremesso de peso, com 7,41m, e do lançamento de disco, com 16,44m. A marca do disco não permaneceria por muito tempo: duas semanas mais tarde, no Grand Prix de Paris (França) do IPC, ela melhorou ainda mais e alcançou 16,82m. Por fim, no Grand Prix de Berlim (Alemanha), no início de julho, ela obteve o recorde mundial do dardo, com 14,16m.
“Estou muito motivada e a minha expectativa é 100% positiva para mais uma competição. Espero fazer boas provas dentro das condições do evento. Fico muito agradecida pelos feitos que conquistei até aqui, com estes três recordes mundiais que detenho. São recordes que nos colocam no cenário mundial e mostram do que nós, brasileiros, somos capazes”, disse a atleta de 53 anos, identificada com esclerose múltipla em 1993, quando era atleta de vôlei convencional.
Em 2016, o Comitê Paralímpico Internacional submeteu Beth a uma avaliação de classe funcional, que divide os atletas de acordo com o nível de funcionalidade. A despeito da perda gradual de mobilidade, a santista passou de F54 para F55, para atletas com menor nível de deficiência. Na nova classe, ela não conseguiu vaga nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Mas, em 2017, Beth classificou-se para o Mundial da modalidade, no Estádio Olímpico de Londres, quando ficou em oitavo lugar no disco, com 15,41m, ainda na F55.
Às vésperas do Open Loterias Caixa 2018, no CT Paralímpico, em São Paulo, em abril deste ano, passou por nova banca de classificação funcional e, desta vez, os avaliadores do IPC constataram a perda de alguns movimentos de Beth. Isso a reposicionou na classe F52, para competidores com maior grau de comprometimento.
Além de atletismo, o Circuito Loterias Caixa ainda contempla disputas de esgrima em cadeira de rodas, halterofilismo e natação. A segunda etapa nacional de natação acontecerá nos dias 18 e 19 de agosto. Em outubro, acontecerão os Campeonatos Brasileiros das três modalidades.
O Circuito
O Circuito Loterias Caixa é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Este é o mais importante evento paralímpico nacional de atletismo, halterofilismo e natação. Composto por quatro fases regionais e duas nacionais, tem como objetivo desenvolver as práticas desportivas em todos os municípios e estados brasileiros, além de melhorar o nível técnico das modalidades e dar oportunidades para atletas de elite e novos valores do esporte paralímpico do país. Em 2018, as disputas das fases nacionais serão separadas por modalidade – haverá ainda um Campeonato Brasileiro de cada esporte.

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