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Atletismo

Tiffani Domingos e Bruno da Silva se garantem no Mundial Sub-20

Divulgação

Velocistas Tiffani Beatriz Domingos e Bruno Benedito da Silva vão disputar o Campeonato Mundial Sub-20, na cidade de Tampere, entre os dias 10 e 15 de julho

O IVCL Orcampi terá dois atletas na seleção brasileira que disputará o Campeonato Mundial de Atletismo Sub-20, em Tampere (Finlândia), entre os dias 10 e 15 de julho de 2018. Os velocistas Tiffani Beatriz Domingos e Bruno Benedito da Silva, treinados por Evandro Lázari, vão disputar a prova dos 400 metros – ela também correrá o revezamento 4×400 m.

Tiffani, de 19 anos, alcançou o índice na sexta-feira (22/6/2018), na disputa da semifinal do Campeonato Brasileiro Sub-20, disputado em Bragança Paulista. A velocista carioca, que já tinha três resultados na casa de 53s60, superou o índice (53s59) ao correr os 400 metros em 53s21. Na final, melhorou ainda mais sua marca: tornou-se campeã brasileira e recordista nacional com o tempo de 52s85.

Bruno, que completou 18 anos em abril, está em seu primeiro ano na categoria (antes chamada de juvenil) e superou o índice de classificação para o Mundial (46s73) ao alcançar a marca de 46s57 no Torneio FPA, disputado em Campinas, em maio. Ele também foi campeão brasileiro sub-20 dos 400 m, com a marca de 46s23 – seu novo recorde pessoal. Os resultados de Tiffani e Bruno ajudaram a equipe de Campinas a conquistar o Campeonato Brasileiro sub-20.

O técnico Evandro Lázari afirma que o trabalho da temporada foi voltado para a conquista do índice – mas Tiffani e Bruno tiveram trajetórias diferentes durante o ano. “Com o Bruno, a expectativa de conquista da classificação era real, porque ele precisava de uma melhora pequena (0s10) para alcançar o índice. Ele conseguiu em maio, e nas últimas três provas que fez, correu abaixo do índice.”

Tiffani, que passou a integrar o IVCL Orcampi apenas em novembro, sofreu um rompimento de ligamentos no pé direito em março, às vésperas de sua estreia na temporada. Ainda assim, disputou os 400 m no Torneio FPA sub-20 e adulto, em São Bernardo do Campo, e conquistou a segunda melhor marca da carreira (54s03) – seu recorde era 54s00. “Ela passou por um processo de grande insegurança, porque essa foi a pior lesão que ela teve na carreira. O Brasileiro era a última chance, e ela foi perfeita no que combinamos. Fez o índice na semifinal, quando saiu todo o peso nas costas, e ainda melhorou a marca na final, correndo pela primeira vez na casa de 52s”.

De Duque de Caxias para Campinas

Tiffani Beatriz mudou-se da cidade de Duque de Caixas, na Baixada Fluminense, para Campinas, contra a vontade dos pais, Bianca e Fabiano. “Meu pai trabalhava na Petrobrás, embarcado. Como ele ficava muito tempo fora de casa, éramos só eu e a minha mãe a maior parte do tempo, e sempre fomos muito apegadas. Eles não queriam que eu me mudasse para Campinas, porque eu nunca tinha ficado tão longe. Mas eu queria muito continuar minha carreira no atletismo”, conta.

O atletismo entrou na vida de Tiffani em uma competição escolar – ela estudava no Colégio Duque de Caxias. “Lá tem uma competição, o Escolar, que reúne todas as escolas particulares da Baixada. Um dos professores, Jorge Jesus, foi na sala pedindo a participação dos alunos. Como eu sou muito espevitada, já me candidatei, mas nem sabia direito para o que era.” Iniciada no atletismo pelos professores Jorge e Wilton Darleans, Tiffani começou a se destacar nas provas mais curtas – quando era mirim (sub-16), corria 75 m, passando para os 100 m e 200 m. Em 2015, passou a treinar no Cefan, centro de treinamento da Marinha, no Rio, e começou a correr os 400 m, até decidir pela mudança para Campinas, no fim do ano passado.

Tiffani participou de três competições com a seleção brasileira, os Sul-Americanos sub-18, sub-20 e sub-23. Agora, viajará para a Europa pela primeira vez. “Para mim ainda é tudo muito novo – eu ainda estou me adaptando ao trabalho do Evandro – e será a minha primeira viagem para fora da América do Sul. Estou muito feliz.”

A velocista terá a companhia de Bruno, que disputará seu segundo Mundial. No ano passado, ele disputou a última edição do Mundial sub-18, que foi realizado em Nairóbi, no Quênia. Também carioca, Bruno mudou-se para a cidade de Ourinhos, no interior paulista, com apenas cinco meses. Foi lá onde conheceu o atletismo, na escola.

Começou a treinar no IVCL Orcampi em fevereiro de 2017, por indicação de seu então técnico, Homero de Andrade. “Aqui (em Campinas) tenho pessoas para olhar, com quem aprender e me inspirar, como o Hugo Balduíno, Alexander Russo, Wagner Cardoso, e o Márcio Teles (dos 400 m com barreiras).”

Em abril de 2017, Bruno tinha a marca de 47s66 como recorde pessoal. Desde então, só evoluiu: fez o índice para o Mundial sub-18 em maio (47s46). No Brasileiro sub-18, em 24 de junho de 2017, correu pela primeira vez abaixo dos 47s (46s91). No Mundial de Nairóbi, novo recorde pessoal: 46s87, na semifinal. Correu a decisão e ficou em 6º lugar. Além disso, foi integrante do revezamento 4×400 m misto que conquistou a medalha de ouro – a prova, que reúne homens e mulheres no mesmo time, estreará na Olimpíada de Tóquio/2020.

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