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Paris 2024

Bartolomeu Chaves se jogou e “fez o impossível” pela prata

Passarinho sofre com inflamações no joelho, mas melhorou marca pessoal nos 400m T37

Bartolomeu Chaves
Bartolomeu Chaves com a medalha de prata em Paris-2024. Foto: Wander Roberto/CPB

Saint-Denis – Quando sentiu a aproximação dos adversários, Bartolomeu Chaves não hesitou: se jogou para garantir a prata nos 400m T37 nesta quarta-feira (4). Passarinho, como é conhecido, liderou boa parte da prova e, apesar de não ter vencido, acredita que “fez o impossível” ao conquistar uma medalha.

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“Não estou acreditando até agora que melhorei a minha marca. Eu fiz o impossível porque não estava treinando. Estava fazendo o básico, que era andar”, destacou o atleta, que sofre com recorrentes inflamações no joelho esquerdo há um mês. Mesmo assim, ele alcançou o melhor tempo de sua vida, com 50s39.

O maranhense de Caxias estima ter feito apenas seis treinos de intensidade desde que começou a sentir o problema. Diante da impossibilidade de se preparar adequadamente, Bartolomeu travou uma batalha mental. “Eu subia uma escada e não dava conta. Se ficasse muito tempo em pé, o joelho já começava a doer muito. Então, só ia do refeitório para o quarto. E a cabeça pensando: ‘será que vou conseguir passar mesmo para a final?'”, detalhou.

Foi na semifinal que Passarinho percebeu que poderia subir ao pódio. Na prova decisiva, liderou desde o início, mas sempre com o receio de que a perna travasse em algum momento. Mesmo sendo o atual campeão mundial da prova, ele não ficou decepcionado com o resultado.

“Se eu não estivesse com essa inflamação no joelho, teria corrido melhor. Provavelmente, eu teria quebrado o recorde. Me sinto muito feliz por ter conseguido a medalha. Achei que ia ficar em quarto porque o cara da Tunísia (Amen Tissaoui) passou para a final com 51 segundos”, explicou.

O tunisiano ficou com o bronze, com 50s50, enquanto o ouro foi para Andrei Vdonin, da delegação de atletas neutros, que é o atual recordista paralímpico e mundial da prova, com 49s34.

Após o pódio, Bartolomeu sentiu felicidade, mas logo após a conclusão da prova, o que predominou foi o alívio. “Quando passei a linha de chegada, a primeira coisa que fiz foi olhar para o chão. Aí vi que não invadi a raia de ninguém e não fui desclassificado porque, se você cair e passar para a linha do outro, você é desclassificado. Graças a Deus, não fui”, explicou o brasileiro, que se jogou na chegada ao sentir a aproximação dos adversários.

Bartolomeu foi o único medalhista brasileiro na sessão da manhã do atletismo. A partir das 15h, no horário de Brasília, o Brasil terá cinco representantes em três finais. Wanna Brito e Giovanna Boscolo competem no lançamento de peso F32, Samira Brito e Verônica Hipolito disputam a final dos 100m T53, enquanto Parré busca uma medalha nos 100m T53 para cadeirantes.

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Apresentador do canal Kenjiria, dedicado ao esporte olímpico.

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