PARIS – O sábado foi de cinco medalhas para o Brasil no atletismo, mas um dos feitos mais celebrados no Stade de France foi o de Verônica Hipólito, que se classificou para a final feminina dos 200m classe T36 dos Jogos Paralímpicos.
A atleta brasileira, que muitos também conhecem por já ter atuado como comentarista de TV, celebra uma volta por cima após muitas dúvidas e muito medo na carreira. E em entrevista após a prova, ela colocou tudo isso em perspectiva.
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“Oito anos atrás no Rio 2016 eu estava: “Vou arrasar, eu não vou perder”. Outras duas cirurgias na cabeça depois, radioterapia, radiocirurgia, depressão, ansiedade, corticóide diário que eu não posso mais tirar, falta de hormônio. E mais de 200 tumores depois, eu volto. No meio disso eu achei que não ia dar certo, achei que isso não era mais pra mim.”
“Quando eu comecei a comentar, e eu queria parar, eu via, por que o meu coração bate tão rápido ainda quando eu falo de prova? Porque eu ainda quero chorar? E depois de muita conversa com o meu psicólogo, com os meus pais, com os meus amigos, eu vi que o meu coração ainda tá aqui dentro. E eu tava com muito medo, muito medo. Medo de não conseguir, conseguir ficar pra final, medo de que eu sei que. Aí eu falei: “Não, eu tenho que ir, porque nunca é só por mim. É por muitas pessoas que estão ou não estão aqui”, completou.
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Verônica Hipólito, inclusive, ainda se recupera de mais uma internação recente: “Na semana que eu estava viajando, eu tive uma hemorragia gastrointestinal. A gente viajaria numa sexta, descobriria isso numa segunda, fiquei internada, perdi treino, muitos dias parada. É uma semana assim só no soro, ainda sinto algumas dores.”
PRONTA PARA A FINAL?
A final acontece neste domingo (1º) às 7h31 pelo horário de Brasília, e conta com mais uma brasileira. Samira Brito se classificou na mesma bateria que a compatriota, com o 7º melhor tempo geral. Verônica, que não escondeu celebrar a classificação, quer mais.
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“A gente aprendeu isso com o Petrúcio, nos 100 metros. Uma final, uma raia, uma chance. Final é final, é quem chega na frente. Sei que eu tenho dois adversários duríssimos pela frente, só que como eu disse, eu tive mais de 200 de tumores. Vocês acham que eu não sou dura também?”