PARIS – Já diz o ditado que em boca fechada não entra mosquito. O francês Clement Ducos foi falastrão na semifinal ao dizer que Alison dos Santos não parecia estar em forma, mas acabou calado pelo brasileiro na final dos 400 m com barreiras. Piu conquistou o bronze, enquanto o atleta da casa ficou em quarto lugar. Depois da prova, foi a hora de ironizar o adversário.
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“Não vou responder nada para ele… Eu realmente vi ese comentário dele, falando que ‘o Alison dos Santos estava fora de forma’, mas estou no pódio, né? É isso que eu tenho para falar. A casa era dele, respeito muito, fez um bom resultado, correu uma boa semi, teve boa participação nos Jogos Olímpicos. Mas é isso, entendeu? Esse esporte é simples, o atletismo é simples: quem passar a linha ali, é isso. É democrático”, disse Alison dos Santos.
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E os críticos das redes sociais?
Piu aproveitou também para cutucar os torcedores que criticam os atletas pelas redes sociais. Depois de não ter o desempenho que ele gostaria de ter tido na semifinal, Alison dos Santos revelou que se desligou totalmente dos comentários feitos pelas pessoas na internet para não atrapalhar a sua preparação para a final.
“Depois da semifinal, eu dei uma desligada da rede social, porque as pessoas falam muita bosta. Não sabem do que eles estão falando. Tem muita gente que está comendo batata atrás do sofá, que não consegue correr dez metros que vai ter um infarto, e fica falando merda da gente. Acho que é muito importante ter a noção de que o que eles falam tem peso. Eu, literalmente, não estava olhando, não estava dando a mínima importância para isso. Mas eu vi isso acontecendo nos Jogos, de pessoas se sentindo mal pelo que eles estavam falando, e eu acho que isso não é legal”, desabafou.
“Isso aqui é a nossa vida. Aqui, a gente quer performar, correr rápido, dar o nosso melhor resultado. E se não conseguir, beleza. A gente já fez muito mais do que muitas pessoas. Quando você para para criticar um atleta, alguém que não conseguiu a melhor performance, que não passou para uma final, não fez um recorde mundial, não quebrou o recorde sul-americano… vamos fazer um censo de autocrítica. O que você faz? Você tá entre os melhores do mundo na sua profissão? Se não, então nem começa a falar nada. Fica quietinho no seu canto que é melhor”, disparou em seguida.
Aprendizado para o futuro
Apesar das reclamações contra os críticos de sofá, Alison dos Santos admitiu ter ficado preocupado e com medo de não avançar para a final depois do terceiro lugar em sua bateria na semifinal. “Depois da semifinal eu fiquei um pouco tenso ali porque eu estava esperando o resultado de outras pessoas. Eu não tinha controle mais do que acontecia. Eu tinha que só esperar para ver o quão rápido os outros iam correr para ver se eu estava na final ou não. Mas a partir do momento que eu vi que eu estava na final, é isso. A partir do momento que você chega na final, não importa quem você é, seu nome, quanto você está correndo. São oito chances, três medalhas, um campeão. Nada muda, sempre vai ser assim”, explicou Piu.
No fim de tudo, entretanto, Piu comemora mais uma grande aprendizado. Entre sustos, críticas e ironias, ele sai fortalecido de Paris com mais uma medalha no peito e pronto para os novos desafios. “Quero continuar aproveitando. Aprendi muito com esses Jogos Olímpicos, de não deixar a pressão subir para a cabeça. Eu não devo nada a ninguém. Então, tenho certeza que vou chegar mais leve para o Campeonato Mundial, no ano que vem. E para 2026, 2027 e (a Olimpíada de) 2028 também”, finalizou Alison dos Santos.