Pouco mais de 10 dias antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, uma notícia impactou a delegação brasileira. Daniel Nascimento, único representante do país na prova da maratona no atletismo, foi suspenso da competição pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), por conta de um teste positivo para substâncias proibidas pelo código internacional. Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, Daniel Chaves, maratonista presente na Olimpíada de Tóquio-2020, revelou uma grande preocupação com a situação do colega de profissão.
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“Nas últimas semanas ele me procurou e eu tenho tentado ajudar da melhor maneira possível. Ele ainda não tá muito aberto a esse tipo de ajuda, que é realmente: “Vamos no psiquiatra, vamos lá ver o que está acontecendo”, porque você tem um problema de saúde mental nesse momento, que levou você a utilizar o doping”, contou Daniel Chaves. “Não foi uma utilização consciente. Se você pegar as substâncias que ele utilizou, são coisas muito ultrapassadas e que um fisiculturista da década de 90 já utilizava. São coisas popularmente encontradas nas academias, por exemplo”, completou.
Segundo a lista de atletas com suspensão provisória da ABCD, Daniel Nascimento teve um resultado adverso em um exame realizado fora do período de competição no dia 4 de julho. Na ocasião, foi apontado o uso de Drostanolona, Metenolona e Noretiocolanolona, todos esteroides anabolizantes que aumentam a força muscular e a energia. No papo com o OTD, Daniel Chaves deixou claro que a atitude do maratonista foi totalmente errada, mas explicou as razões para que isso ocorresse.
“Nada correto, nada certo, estamos falando o que ocorreu, não incentivando e dizendo que é errado, mas que inconscientemente, pelo problema dele e até por um pedido de socorro às autoridades, aos órgãos competentes do nosso esporte, que não souberam ver o momento que ele tava passando, ele não conseguiu”, explicou.
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Falta de suporte das confederações
Daniel Chaves também relatou sobre a falta de suporte familiar de Nascimento e, segundo a sua opinião, a falta de apoio das principais entidades esportivas do país. “Ele estava no Rio de Janeiro, já desaparecido há alguns meses, e a Confederação (Brasileira de Atletismo) e o nosso Comitê Olímpico não tiveram como ajudar ou proceder naquele momento. É difícil falar publicamente sobre o que eu sei, porque não quero expor a vida dele. É um menino, tem 24 anos. E as redes sociais, quando saiu o problema do doping, não perdoaram. É só o apontamento, não quer saber realmente o que aconteceu com o garoto”, falou o atleta de 36 anos.
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“Ele foi o primeiro não-africano da história a correr abaixo de duas horas e cinco minutos na maratona. E com 24 anos, sem uma estrutura familiar, não consegue aguentar o hype. E ele não teve suporte. Acho que o que falta hoje para o esporte no Brasil é você ter um suporte durante todo o tempo da sua carreira. Você precisa ter alguém ali com você”, completou.