O recorde das Américas do arremessador de peso de Emanoel Victor de Oliveira foi um dos resultados mais expressivos que aconteceram na 4ª Etapa do Desafio CPB/CBAt de atletismo, que aconteceu neste sábado (15), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A competição foi a última oportunidade para a conquista do índice estabelecido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) como um dos critérios de classificação para os Jogos Paralímpicos de Paris-2024.
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Nascido em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, Emanoel tem hemiplegia do lado direito do corpo, causada pela paralisia cerebral. Ele fez a nova marca continental do arremesso de peso da classe F37 (paralisados cerebrais) ao fazer 14,64m neste sábado. O recorde anterior era de 14,56m, registrados pelo mexicano Luis Carlos Velenzuela, no Mundial de Kobe, no Japão, no último mês de maio.
Apesar do feito, Emanoel não atingiu o índice paralímpico da prova (15,09m), mas conseguiu subir da quinta para a quarta colocação do ranking mundial compilado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), que também é dos critérios de classificação dos brasileiros para os Jogos de Paris 2024. Essa lista tem como primeiro colocado o tunísio Ahmed Moslah, com 15,96m, seguido pelo mexicano Luis Carlos Valenzuela, com 15,86m, e pelo uzbeque Kudratillokhon Marufkhujaev, com 15,68m.
“Viemos para este Desafio CPB/CBAt com o objetivo de melhorar a marca para entrar na briga por uma vaga para Paris. Consegui melhorar minha posição no ranking e, de quebra, bater o recorde das Américas. Agora é torcer para estar dentro da convocação”, afirmou o arremessador, que representou o Brasil em Tóquio-2020 e busca a sua segunda participação em Jogos Paralímpicos.
Participação de outros paralímpicos
Atletas que já atenderam os critérios de classificação para os Jogos Paralímpicos aproveitaram o 4º Desafio CPB/CBAt para fazer testes preparatórios para Paris-2024. Foi o caso de Petrúcio Ferreira, bicampeão paralímpico, recordista mundial e tetracampeão mundial nos 100m T47 (amputados de braço), que correu os 400m e marcou 48s87 – quinta melhor marca do mundo no ano.
“Dificilmente eu corro e treino para essa prova. Minha especialidade e paixão são os 100m. Mas coloquei como uma meta participar dos 400m também. Vou tentar correr ela sem a mesma responsabilidade dos 100m, mas buscando um lugar no pódio nela em Paris”, analisou Petrúcio, que correu esta prova pela primeira vez desde quando conquistou a medalha de bronze nos Jogos de Tóquio-2020, com 48s04.
Também medalha de ouro no Mundial de Kobe, a maranhense Rayane Soares conseguiu melhorar seu tempo em duas das três provas que conquistou medalha no Japão. A atleta da classe T13 (deficiência visual) reduziu seu tempo de 12s41 para 12s22 nos 100m e de 56s78 para 55s90 nos 400m. Os 200m, prova na qual foi ouro em Kobe, foi a única em que não competiu neste sábado.
O Desafio CPB/CBAt é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), com o objetivo de difundir e desenvolver a prática da modalidade no país. Nesta etapa, houve a participação de cerca de 300 atletas, sendo 120 paralímpicos e 180 olímpicos, para competir em provas de pista (100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m, 5.000m, e saltos em distância, triplo e em altura) e provas de campo (arremesso de peso e lançamentos de dardo, disco, club e martelo).
*Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)