Na semana que passou, Almir Júnior estava em Porto Alegre. Com um barco e ao lado de amigos, ajudou a socorrer e a resgatar vítimas da enchente. Ficou praticamente dez dias sem treinar. Teve dúvidas se devia viajar para competir ou não. Mas viajou, encontrou com a família, que vive no interior do Mato Grosso, mas que foi para Cuiabá assisti-lo. Ele tirou forças sabe-se lá de onde para vencer a prova do salto triplo do Campeonato Ibero-Americano. A marca de 17,31 m foi a melhor feita por ele em cinco anos. Além disso, ele quebrou o recorde da competição.
“Eu saí de casa para fazer isso. Estava num momento muito difícil no Rio Grande do Sul. Tive que fazer uma escolha, tive que vir pra cá para poder fazer o que eu trabalhei, botar em prática esses dois anos de preparação. Eu vim aqui fazer a minha parte. O que eu sei fazer é isso. Trazer um pouco de alegria para o meu estado, para o meu povo, que me acolheu desde os 15 anos. Então, eu não podia deixar de vir aqui fazer o que eu sei, poder inspirar pessoas e pedir para vocês que sigam ajudando. Tem muita gente precisando. É isso! O recorde é nosso”, afirmou Almir Júnior depois de comemorar a vitória com a bandeira do Rio Grande do Sul.
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Matogrossense acolhido pelos gaúchos
Descoberto no interior do Mato Grosso, Almir Júnior foi levado com 15 anos para o Sogipa, clube de Porto Alegre. Lá, ele se formou como atleta e continua até hoje a representar o clube. Atualmente, entretanto, ele treina em Portugal, mas voltou à capital gaúcha quando a enchente começou.
Primeiro, queria estar perto da namorada, a influenciadora Tali Ramos, que vive em Gravataí. Depois, ao se deparar com a gravidade da situação, fez de tudo para ajudar. Com o aeroporto de Porto Alegre fechado, ele viajou até Florianópolis. Na capital catarinense, encontrou um amigo e se dirigiu ao Rio Grande do Sul com um barco a reboque.
Dia de herói
“Consegui vir até Floripa de avião e descemos de carro com um barco para resgatar pessoas. Dirigimos a noite toda para chegar em Porto Alegre cedo, chegamos às 4h, e às 5h30 colocamos o barco na água para tirar gente até as 9h da noite”, conta. “Foi uma loucura. Tivemos problemas com pessoas que estavam armadas e não queriam nos deixar passar. Mas conseguimos resgatar muita gente. Pelo menos, umas cem pessoas no primeiro dia”, conta o atleta, que ficou dividido entre ir para o Campeonato Ibero-Americano ou não. Mas, após dar sua contribuição para o povo gaúcho, decidiu seguir em frente.
Depois de Cuiabá, Almir Júnior volta Portugal para seguir seu plano de treinamentos. A próxima competição que ele vai disputar será a etapa do Marrocos da Diamond League. Enquanto isso, Tali Ramos segue na linha de frente de arrecadações de todo tipo de doação, na ponte entre Gravataí e Porto Alegre.
Doações
A namorada de Almir Júnior, inclusive, criou um PIX exclusivo para as doações como um canal direto de arrecadação. “Ajudem, por favor, qualquer valor vai fazer muita diferença na vida de muitas pessoas. Pix e-mail: ajudavitimasenchente@gmail.com. Inclusive, marcas, empresas que queiram ajudar podem enviar e-mail. Combinamos em troca de publicidade!”, escreveu na legenda.
“Vocês sabem que o Rio Grande do Sul está passando por um momento muito difícil. Tem muita gente que perdeu tudo. Então, acho que a gente não pode tirar o foco disso. Essa é a pauta mais importante desse momento. Queria pedir ajuda, queria que vocês seguissem ajudando. Se a gente se unir, eu tenho certeza de que a gente pode fazer muito mais”, completou Almir Júnior.