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Beth Gomes: a imparável destruidora de recordes

Beth Gomes celebra longevidade no desporto paralímpico após quebrar mais uma vez o recorde mundial do lançamento do disco

Beth Gomes posa para foto ao lado de placar com seu novo recorde mundial nos Jogos Parapan-Americanos Santiago-2023
(Foto: Douglas Magno/CPB)

Se tem uma atleta brasileira dominante em sua prova na atualidade, essa pessoa é Beth Gomes. A santista é quem comanda as disputas do lançamento de disco – classe F53 – do atletismo paralímpico, sempre quebrando recordes mundiais. A atleta estabeleceu mais uma marca mundial nesta terça-feira (21), ao fazer um lançamento de 17,80m nos Jogos Parapan-Americanos Santiago-2023. E podemos esperar muitos mais recordes na prova, já que Beth pretende continuar no atletismo até os 70 anos de idade.
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Beth Gomes chegou aos Jogos Parapan-Americanos de Santiago como atual campeã paralímpica e mundial do lançamento de disco, assim como a atual recordista mundial da sua categoria, com os 17,12m feitos no Mundial desse ano. Na prova desta terça, a brasileira quebrou duas vezes o recorde, fazendo lançamentos para 17,26m e 17,80m. “Eu sempre digo, eu treino, eu vou buscar a minha melhor performance e como consequência vem os recordes. Uma hora vem, outra hora não vem, mas é muito bom estar aqui, saber que tudo é possível na nossa vida, basta acreditarmos”, disse a atleta em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
+ Veja o quadro de medalhas dos Jogos Parapan-Americanos
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“A esclerose múltipla é minha amiga”

Beth Gomes arremessa o disco no Parapan de Santiago
(Foto: Douglas Magno/CPB)

Beth Gomes jogava vôlei quando era jovem, ganhando títulos com a equipe da cidade de Santos. Ela sonhava em um dia defender a seleção feminina de vôlei nos Jogos Olímpicos. Porém, Beth foi acometida pela esclerose múltipla. Mas a santista conheceu o movimento paralímpico, retornando ao esporte: “fiquei deficiente, conheci o esporte paralímpico, que mostrou que eu podia acreditar que ainda era capaz, era possível buscar tudo na minha vida, porque eu sonhava estar numa seleção brasileira de vôlei, numa Olimpíada. E quis Deus que me encaminhasse para o esporte, para que eu pudesse estar numa Paralimpíada”.

A atleta convive há muitos anos com a esclerose múltipla, de uma forma em que a doença se tornou uma parceira de vida. “Eu sempre digo, a esclerose múltipla, ela é minha amiga, ela caminha do meu lado, mas ela nunca vai estar me vencendo. Eu sempre vou estar vencendo-a, mas sempre respeitando-a. Então, eu acho que todos podem acreditar que tudo é possível, você buscar seus objetivos, basta querer”, afirmou a campeã paralímpica.

Longevidade no esporte

Aos 58 anos, Beth Gomes é a atleta mais velha da delegação brasileira nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago. Mas ela não pensa em parar tão cedo. “Quando acabar a vontade de treinar o atleta pode parar, mas eu vou, eu falo para a minha treinadora que eu vou até aos 70 anos no atletismo, se depois não der mais eu vou para a bocha”, brincou a atleta.

Beth Gomes comemora após fazer um arremesso no Parapan
(Foto: Douglas Magno/CPB)

Beth também falou da importância de sua relação com a Roseane Farias, sua treinadora. Elas trabalham juntas há 11 anos e a parceria deve continuar por muito mais tempo. “Ela está ao meu lado, sempre me acompanhando e eu posso dizer que eu sou muito feliz por isso. Ela acreditou no momento que eu não acreditava mais, quando eu pensava que não podia mais ter o esporte na minha vida. E o mundo me mostrou que teria, sim, condições para eu ter longevidade no esporte paralímpico”, finalizou.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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