Dois atletas que muitas alegrias deram ao torcedor brasileiro abandonaram a carreira em 2016. Logo depois da Olimpíada tanto Fabiana Murer quanto Marílson Gomes dos Santos, que chegaram aos Jogos do Rio como esperanças de medalha, anunciaram a aposentadoria.
Fabiana Murer é o maior nome da história do salto com vara feminino do Brasil. Em 2011, foi campeã mundial em Daegu e indoor em Doha. Conquistou duas vezes a Liga Diamante em 2010 e 2014. Foi medalha de prata no Mundial de Pequim em 2015 e bronze no indoor de Valência em 2008. Além disso, foi ouro nos Jogos Pan-Americanos em 2007 e prata em 2011 e 2015.
Já Marílson Gomes dos Santos é o brasileiro com mais vitórias na tradicional Corrida de São Silvestre, tendo vencido a prova três vezes (2003, 2005 e 2010). Foi bicampeão da Maratona de Nova York em 2006 e 2008. Além disso, em Jogos Pan-Americanos, foi ouro nos 10.000 metros em 2011, prata na mesma prova em 2003 e 2007 e bronze nos 5.000 metros em 2003 e 2007.
Tanto Fabiana Murer quanto Marílson Gomes dos Santos tiveram desempenhos abaixo do esperado na Olimpíada. O curioso é que a saltadora conseguiu a melhor marcar de sua carreira pouco antes dos Jogos ao pular 4,87m no Troféu Brasil em julho. Para se ter uma ideia, a vencedora da Rio 2016 foi a grega Ekaterina Stefanidi fez 4,85m para sair com a medalha de ouro do Engenhão.
Ou seja, se tivesse repetido se melhor desempenho, Fabiana Murer poderia ter encerrado sua carreira com a medalha de ouro, mas ela competiu com uma hérnia cervical e não conseguiu passar da fase classificatória.
“As Olimpíadas foram minha última competição, não salto nunca mais. Amei estar no esporte, gostava de saltar, estar na competição. Consegui muitas medalhas, recordes e tudo o que conquistei na minha carreira fica. Queria ter saltado 5m, não saiu, mas fico muito contente de fazer a melhor marca da carreira no meu último ano”, disse a atleta de 35 anos na época em que anunciou a aposentadoria.
Já Marílson Gomes dos Santos sofreu com problemas de lesões nos anos que antecederam aos Jogos e fez um grande esforço para disputar a Olimpíada aos 39 anos. Ao cruzar a linha de chegada na 59a. colocação da maratona, ele anunciou o adeus definitivo das pistas.
“É a minha última, independentemente do resultado. Estava definido que seria minha última competição em alto rendimento. Pessoal incentivou muito, o tempo. Se não fossem eles, não teria terminado. Terminei por causa deles, porque a emoção bateu mais forte. Eles me levaram. Terminei destruído. Quero descansar um pouco, foram 27 anos dedicados a isso. Mais para frente vou pensar no que fazer. Quero contribuir para o atletismo de outra forma. Estão me falando que não posso deixar esses 27 anos de lado, tenho de ajudar o pessoal mais novo com essa experiência”, afirmou o atleta.