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Brasil bate recorde com 47 medalhas no Mundial de Atletismo paralímpico

O Brasil marcou sua campanha vitoriosa no Mundial de Atletismo paralímpico com 47 medalhas, seis a mais que o recorde anterior.

Brasil faz sua melhor campanha em Mundiais de Atletismo paralímpico e bate recorde de medalhas (Foto: Alessandra Cabral/CPB)
(Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Para ficar na história! Em uma campanha vitoriosa, o Brasil consagrou nesta segunda-feira (17) o Mundial de Atletismo Paralímpico em Paris como a edição com maior número de medalhas na história do país. Ao todo, foram 47 medalhas verde e amarelas. Esta é a melhor campanha do Brasil na história, ultrapassando a marca de 2013 quando havia marcado presença em 40 pódios. Entre as sete medalhas conquistadas no último dia de competições, os principais destaques foram as dobradinhas nos 100 m T47 com o tricampeonato mundial de Petrúcio Ferreira e a prata de José Alexandre e nos 200 m T11 cm ouro para Jerusa Geber e bronze para Thalita Simplício.

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O feito inédito também refletiu na classificação geral. Com as 47 medalhas conquistadas, o Brasil terminou o Mundial de Atletismo Paralímpico em Paris à frente da China por dois pódios. Desde o Mundial em Assen 2006, na Holanda, a China não era superada em número de medalhas na competição, o que eleva ainda mais a importância do recorde brasileiro. Além disso, o Brasil também conquistou medalhas em todas as áreas de deficiência, seja visual, intelectual ou física, sendo que quase um terço das medalhas foram de atletas que participam pela primeira vez de um Mundial. Ao todo, fizeram parte da delegação brasileira 54 atletas e 11 atletas-guia.

Apesar disso, o Brasil ficou na vice-liderança do quadro de medalhas, que leva em consideração para a classificação o número de ouros e os chineses conquistaram dois a mais do que os brasileiros: 14 a 12.

Prova dos 100m

Thalita e Jerusa subiram ao pódio juntas tanto pela prova dos 100m, quanto dos 200m (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Entre as dobradinhas brasileiras do dia, Jerusa Geber, aos 41 anos consagrou-se campeã dos 200m rasos no Mundial Paralímpico. Ao lado de Thalita Simplicio, as brasileiras se superaram para conquistar o primeiro e terceiro lugar, respectivamente.

Em uma prova de final emocionante, Jerusa ultrapassou a atleta chinesa Cuiqing Lui nos metros finais, garantindo não apenas a medalha de ouro, mas também o recorde no Campeonato Mundial. A atleta concluiu a prova dos 200m em 24s62. Vale lembrar que na prova dos 100m disputados na última quinta-feira (13), a classificação se repetiu, com Jerusa em primeiro lugar e Thalita na terceira posição.

“A nossa prova preferida é a dos 100m. Não esperávamos fazer isso tudo nos 200m e conseguir o ouro. Quando a China está na prova, é sempre com muita emoção. Mas sair da competição com dois ouros, com dois recordes da competição, e como a atleta com mais medalhas em Mundiais é maravilhoso. Só tenho a agradecer”, afirmou Jerusa.

No masculino, o paranaense Vinicius Rodrigues conquistou a medalha de prata na final da mesma prova da classe T63 (para amputados de membros inferiores com prótese). A segunda colocação foi obtida nos últimos metros da prova, quando o brasileiro conseguiu ultrapassar o alemão Leon Schaefer e venceu por uma diferença de dois centésimos: 12s16 diante dos 12s18 do adversário.

Tricampeão

Petrucio Ferreira se consagra tricampeão mundial dos 100m (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Outro grande destaque brasileiro foi Petrucio Ferreira, que correu para 10s37 e conquistou seu terceiro título mundial consecutivo na categoria T47 dos 100 metros. Ademais, José Martins ficou em segundo lugar (10s73s) e consagrou a segunda dobradinha do dia. Por fim, o britânico Kevin Santos obteve o terceiro melhor tempo.

“Cada conquista para mim é como se fosse a primeira. Eu sempre lembro de onde eu vim. Essa conquista vale muito para mim. Quem é atleta sabe qual é a nossa dedicação do dia a dia, os momentos difíceis que a gente passa. É tudo por um sonho. Agradeço à minha família, ao meu treinandor Pedrinho, à torcida e à minha esposa, que passou vários momentos complicados ao meu lado. Não larguei tão bem, errei na minha terceira passada. Poderia ter acertado mais, mas saio feliz com meu terceiro mundial”, afirmou Petrúcio.

O curioso é que José Alexandre, no começo da carreira, era chamado de Petrucinho. Há três anos, o Olimpíada Todo Dia contou essa história, mostrando como Petrúcio Ferreira servia de inspiração para o então garoto de 16 anos. Hoje, os dois juntos subiram ao pódio para conquistar ouro e prata para o Brasil.

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Mais medalhas

Entre os outros brasileiros presentes em finais no último dia do Mundial de Paris, o catarinense Edenílson Floriani levou a medalha de bronze no arremesso de peso F42 (deficiência nos membros inferiores). Atingiu a marca de 14,06m e subiu ao pódio logo na sua estreia em Mundiais. O ouro ficou com britânico Aled Davies, que fez 16,16m, e a prata foi para o iraniano Sajad Mohammadian, com 14,38m.

Já a medalha de bronze nos 400m da maranhense Rayane Soares foi uma das mais emocionantes do dia. A atleta da classe T13 (deficiência visual) fez uma prova de recuperação, após não largar bem, e cruzou a linha de chegada quatro centésimos à frente da francesa Nantenin Keita – foram 57s90 contra 57s94. 

Rayane, que era a atual campeã mundial da prova (Dubai 2019), conquistou sua primeira medalha em Paris – até então tinha finalizado os 100m na quinta colocação e os 200m, na quarta posição. A medalha de ouro em Paris ficou com Lamiya Valiyeva, do Azerbaijão, com 55s34, e o segundo lugar foi da portuguesa Carolina Duarte, com 55s68.

Campeã mundial em Paris nos 400m T47, a paraense Fernanda Yara completou a final dos 200m na quarta colocação, em 26s08, mesmo tempo que havia feito nas eliminatórias e a sua melhor marca na temporada na prova. A vencedora foi a norte-americana Brittni Mason, com 25s36.

Finais da manhã

Pela manhã na França (madrugada do Brasil), os três brasileiros que participaram de finais acabaram fora do pódio. A paulista Beth Gomes, ouro no lançamento de disco e no arremesso de peso, ficou na quinta colocação do lançamento de dardo da classe F53 (que competem sentados), com a marca de 12,85m. A vencedora da prova foi uzbeque Nhurkon Kurbanova, que atingiu 20,15m.

O paulista Paulo Cézar Neto, da classe T20 (deficiência intelectual), terminou a disputa no salto em distância na décima colocação, com 6,18m, seu melhor índice na temporada. O malaio Latif Romly foi o medalhista de ouro, com 7,40m.

Já o sul-mato-grossensse Paulo Hernrique Reis encerrou a sua participação no sexto lugar no salto em distância T13 (deficiência visual). Teve 6,72m como sua melhor marca na prova. O vencedor foi o norte-americano Isaac Jean-Paul, com 7,06m.

Como jornalista e atleta de tiro com arco, me vejo fascinada por contar histórias de como sonhos olímpicos se realizam. Vamos Brasil!

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