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Atletismo

Nº 1 do mundo, Almir Júnior prevê evolução e marcas melhores

Divulgação/Iaaf

Há apenas um ano no salto triplo, Almir Júnior revela que segue aprendendo a saltar e que deve melhorar ainda mais suas marcas no futuro.

A ascensão foi tão surpreendente quanto meteórica. Depois de começar a carreira no salto em altura, Almir Júnior trocou de modalidade definitivamente em 2017, quando passou a se concentrar no salto triplo. Em pouco tempo, o então desconhecido mato-grossense da pequena cidade de Peixoto de Azevedo se transformou em esperança de medalha para o Brasil no Mundial Indoor de Atletismo, que será realizado entre 1 e 4 de março em Birmingham, na Inglaterra. Em três competições diferentes neste começo de ano, ele superou a marca dos 17m e virou líder do ranking mundial ao cravar 17m37. Apesar de repentino, o sucesso não deve parar por aí e tem tudo para continuar por bastante tempo.

“Isso me dá expectativas legais, me deixa motivado, me incentiva a trabalhar e a focar mais ainda. Se com esse pouco tempo, a gente conseguiu resultados assim, acredito que com o decorrer do tempo as coisas tendem a melhorar porque eu ainda tenho muitos erros técnicos, muita coisa para aprender. Eu ainda tenho o salto muito bruto, tenho muita coisa para ser lapidada”, afirmou o atleta de 24 anos em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia. “Eu procuro não pensar muito na questão de líder do ranking mundial, porque tem um peso muito alto, é um título muito pesado. Mas ao mesmo tempo não me deixa pressionado, de forma nenhuma, só me dá vontade de trabalhar e mostra que eu estou no caminho certo”, completou.

Apesar da empolgação pelos resultados obtidos em 2018, Almir Júnior confessa que não esperava chegar tão rápido ao topo do ranking mundial. “Isso era uma coisa que eu almejava, mas todas as coisas que eu conquistei agora, eu tinha como meta, só que com o decorrer do tempo. Na verdade, eu queria estar saltando isso em 2020, em 2019, era o ano que eu queria estar constante acima dos 17 metros. Isso me possibilitaria uma final olímpica, porque esse era o objetivo maior, tirando os menores que a gente vai buscando. Isso era uma coisa que eu queria muito, que eu buscava, mas com o decorrer do tempo, não essa coisa meteórica que aconteceu”, afirmou.

O garoto do Mato Grosso saiu de casa para morar sozinho em Porto Alegre, no Rio Grande de Sul, aos 15 anos, e se especializou no salto em altura. Com o intuito de conquistar pontos em campeonatos para o clube, começou então a se aventurar no salto em distância e no triplo, cravando marcas expressivas. Com isso, repensou a carreira junto ao técnico José Haroldo Loureiro Gomes, o Arataca. Com a decisão, a mudança definitiva para a categoria aconteceu em 2017, construindo uma base para a temporada atual, que já é disparada a melhor da carreira do atleta.

Gratidão aos técnicos

Almir Júnior começou a competir aos 13 anos de idade, e encontrou pelo caminho grandes incentivadores. Elvis Pinho foi o primeiro treinador da carreira do atleta, e o responsável por “plantar a semente” do esporte no garoto.

“No primeiro momento quem me incentivou muito foi o Elvis. Foi um cara que esteve do meu lado falando que eu tinha talento e que eu podia dar um rumo diferente na minha vida. Ele começou a abrir meus olhos para isso. Ele foi muito parceiro ao me ceder para o Arataca. Tem outros treinadores que tentam manter os atletas, mas ele sabia que infelizmente a gente não tem estrutura no Mato Grosso”, contou.

Participando de um camping de atletismo em Uberlândia, Minas Gerais, Almir teve o primeiro contato com seu atual técnico, o Arataca, que também tem grande parcela de responsabilidade na carreira do jovem atleta.

“Ao vir para a Sogipa, o Arataca se tornou uma figura paterna. Eu ligo muito minha vida a partir daquele momento, que foi quando tudo mudou e eu comecei a virar outra pessoa. Ele foi quem me transformou de verdade e esteve sempre do meu lado, me apoiou de todas as formas. Quando a gente não tinha resultados, estava lesionado, quando ninguém acreditava, ele era o cara que estava sempre do meu lado e acreditava muitas vezes mais do que eu. Isso me mantinha dedicado, e fazia com que eu não desistisse. Eu pensava que ele tinha tantos anos de carreira, e se ele acreditava em mim era por algum motivo. Nos momentos mais difíceis, o Arataca esteve do meu lado”, revelou.

Ídolos

Gratidão não falta para Almir Júnior. Ao relembrar os ídolos, não vai muito longe, e valoriza aqueles que estiveram presentes em seu crescimento no esporte.

“O nosso assistente técnico, Fabrício Romero. Ele já foi recordista brasileiro e estadual, e é um cara que sempre esteve muito comigo. Como atleta, por ser de casa e estar junto, é um dos meus ídolos. E outro é o até então recordista estadual, Jorge Teixeira, do salto triplo, que foi a duas olimpíadas. Na verdade meus ídolos são quem eu convivi e quem eu pude conhecer. Tem muitos ídolos que eu admiro, mas quem me inspira mais são os de dentro”, concluiu.

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