O velocista Vinicius Rodrigues tem novidades para o seu programa de provas em 2023. Especialista nos 100m rasos, o paranaense que compete na classe T63 (amputados de membros inferiores) segue em busca de melhorar o recorde mundial da prova, que pertence a ele mesmo, mas agora também está treinando para competir no salto em distância.
“Vou fazer uma prova nova. Além dos 100m, começo a participar do salto em distância e buscar mais uma medalha”, disse Vinicius Rodrigues em entrevista ao Olimpíada Todo Dia. “No Mundial, eu vou pelos 100m. O salto será para testar e ver como vai ser”, explicou.
O desejo de Vinicius Rodrigues de competir no salto em distância vem de muito tempo. Um de seus “padrinhos” no esporte paralímpico é o alemão Heinrich Popow, que foi campeão paralímpico nos 100m T42 em Londres-2012 e campeão mundial no salto em distância T42 em 2011.
Vinicius precisou amputar a perna esquerda após um acidente de moto quando tinha 19 anos. Ainda no hospital, recebeu a visita da ex-velocista Terezinha Guilhermina e entrou em contato com Popow. Os dois passaram a ser os primeiros apoiadores da carreira paralímpica do jovem.
O caminho para a vaga paralímpica
Paranaense de Maringá, Vini sempre se destacou nos 100m rasos. Em 2019, ele bateu o recorde mundial da prova, na classe T63, com a marca de 11s95 – pertencente a ele até hoje. Naquele mesmo ano, faturou a medalha de bronze no Mundial. Já em sua estreia em Paralimpíadas, em Tóquio-2020, foi prata, ficando atrás do russo Anton Prokhrov por um centésimo (marcou 12s05).
Mesmo frustrado por não ter conquistado o título paralímpico, o brasileiro traçou planos para o futuro ainda quando estava em Tóquio. Em entrevista à Rede do Esporte na saída de sua prova, ele anunciou que tentaria competir no salto em distância no novo ciclo. Agora, seu desejo tornou-se cada vez mais concreto e o atleta almeja vaga em Paris 2024.
O Brasil não teve representantes no salto em distância T63 em Tóquio-2020. Para se classificar para a próxima Paralimpíada nesta prova, Vinicius Rodrigues precisará terminar no top-4 da prova no Mundial de Paratletismo, que acontecerá em Paris, em julho. O quarto colocado em Tóquio-2020 foi o japonês Atsushi Yamamoto, com 6,70m.
Foco nos 100m
Mesmo treinando para a nova prova, o velocista prioriza os 100m. Para esta temporada, ele não quer somente o título mundial, como também busca o recorde mundial da nobre prova. Vini pouco competiu em 2022 e lesionou o joelho no final do ano, mas está recuperado e de volta aos treinos. Além do Mundial, ele também disputará os Jogos Para Pan-Americanos, em Santiago, no Chile, no final do ano.
“Em 2022 não tivemos Mundial, foi um ano atípico. Estamos sempre brigando pelo topo e ainda estou um pouco engasgado com aquela prata de Tóquio”, disse. “A meta já era ter batido o recorde mundial em Tóquio, infelizmente por causa de pandemia não teve um ritmo bom de prova, mas esse ano vamos ter bastante evento. Estou treinando bem, os tempos estão bons e agora é só transferir para a pista”.