Ao cruzar a linha de chegada dos 100m com barreiras feminino nos Jogos da Juventude 2022 em primeiro lugar com o tempo de 14s04, a pernambucana Pamela Nievilly Santana da Silva, de 17 anos, fechou um ciclo vitorioso. É sua quinta medalha nos Jogos da Juventude. Em 2018 foi prata nos 75m rasos e 80 com barreiras. Em 2019, ouro nas mesmas provas e vencedora do troféu de melhor atleta da categoria 12 a 14 anos no Prêmio Brasil Olímpico. Uma caminhada e tanto.
“Foi ótimo. Meus últimos Jogos da Juventude e ainda venci uma prova muito acirrada (chegou dois centésimos à frente de Pietra Campbell Simões, do Distrito Federal). Participar desta competição é um prazer imenso, estar ao lado das melhores atletas”, elogia a campeã.
Pamela vem de resultados expressivos. Este ano foi ouro nos Jogos Sul-americanos da Juventude, em Rosário, na Argentina. “Este ano tem sido muito bom. Em Rosário fiz minha melhor marca. Acho que isso tudo mudou meu jeito de ver a vida”, conta.
A menina nascida no município de Aliança, Zona da Mata pernambucana, começou no esporte depois de se mudar para a Comunidade do Canal, no bairro da Boa Viagem, no Recife. “Eu morava em um beco, era perigoso”, recorda-se. Teve a sorte de existir ali bem próximo o Centro Esportivo Santos Dumont, onde começou a treinar. Ainda vive nas proximidades, mas numa área mais tranquila. E é conhecida por todos. “Hoje em dia todo mundo lá faz atletismo”, comemora.
Isso alargou seus horizontes. “Eu era uma garota que só pensava em acabar a escola e pronto. Agora não. Hoje em dia eu tenho o sonho de ser fisioterapeuta. Quero fazer faculdade. E foi o esporte que me trouxe isso. Mas antes eu ainda quero disputar as Olimpíadas!”, ressalva, num sorriso sincero. “Mas sério, hoje eu vejo que o atletismo não é só um esporte. Ele forma cidadãos. A vida de atleta passa. A cidadania é para sempre”, finaliza.