Após sete anos de ausência, para se dedicar mais as maratonas, Franck Caldeira volta a disputar uma São Silvestre e espera fazer boa prova neste domingo
O mineiro Franck Caldeira, de 34 anos, venceu a São Silvestre em 2006 e volta à prova após uma ausência de sete anos – sua última participação foi em 2010. O longo período de ausência, contou o atleta, teve a ver com sua dedicação às maratonas durante dois ciclos olímpicos. Mas, confiante, Franck afirma que seu retorno é promissor.
“Estou super feliz com esse retorno, e gostaria de agradecer ao Brasil que sempre acreditou no meu trabalho, que me acompanha, que gosta do meu estilo de corrida”, afirmou Franck. “Esse é um novo ciclo que se abre para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Voltei para a São Silvestre no momento certo, ideal, para fazer uma corrida leve, feliz, neste início de ciclo olímpico – e espero que seja rápido, porque os 15 km são muito rápidos. Então, vamos correr.”
Franck contou que não está preocupado com a sua colocação final, mas em fazer uma boa corrida. “Se fosse fácil vencer a São Silvestre, todo mundo estaria no ponto mais alto. No domingo, minha corrida será contra meus limites, não contra adversários. Eu vou deixar tudo pelas ruas de São Paulo, é a minha característica de correr. Mesmo quando venci, em 2006, não pensei em momento algum que iria ganhar – não me preocupo com colocação”, explicou.
“Estou longe das provas de rua há algum tempo, correr maratona é totalmente diferente de 15 km – é outra técnica, outro ritmo. Preciso ter calma para avaliar o percurso da prova, porque houve mudanças. Eu me resumo a trabalhar e acredito nas pessoas que estão ao meu lado”, disse o atleta da B3, que é treinado por Ricardo D’Angelo. Neste ano, Franck foi terceiro colocado na Maratona Internacional de São Paulo, em abril. Disputou o Troféu Brasil em junho. Retomou a rotina em outubro, recuperado de uma lesão nas costas. Em 3 de dezembro, o fundista correu os 18 km da Volta da Pampulha e ficou na 8ª posição.
O fundista, portanto, não se colocou como favorito à vitória. “Temos duas máquinas de correr aqui, que são os africanos”, disse, referindo-se ao etíope Dawit Admasu, campeão da São Silvestre em 2014, e ao queniano Paul Lonyangata, campeão da Maratona de Paris deste ano, também presentes na entrevista coletiva. “E tem o meu irmão Giovani (dos Santos), um grande amigo e, depois, adversário. Ele é o brasileiro mais bem cotado para vencer a prova (vem de seis pódios consecutivos na São Silvestre). Eu estou no caminho. Vamos fazer uma parceria. Eu gostaria que o título ficasse no Brasil, seria ótimo.”
A história do atleta com a prova vem de longa data – aos 15 anos, correu a São Silvestrinha, realizada para crianças e jovens na pista do Estádio Ícaro de Castro Melo. “Eu amo a São Silvestre, seria garoto-propaganda da prova com o maior prazer”, disse, aproveitando para chamar o público às ruas. “É um momento que as pessoas podem estar perto de ídolos, de conhecer o nosso trabalho. Eu diria que venham prestigiar um dos maiores eventos de corrida do mundo, que tem uma grande história e grandes atletas que deixaram seus legados.”