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Atletismo

Brasil projeta melhor participação da história no Mundial

Com boas chances de medalha em pelo menos sete provas, Brasil tem a chance de quebrar em Eugene o recorde de três pódios do Mundial de atletismo de 1999

Rodrigo Nascimento e Vitória Rosa posam com uniforme da Puma que será usado pelo Brasil no Mundial de atletismo
Rodrigo Nascimento e Vitória Rosa posam com uniforme que será usado pelo Brasil no Mundial de atletismo (Fernando Gavini)

A única vez que o Brasil teve um campeão em uma edição do Mundial de atletismo foi em 2011, quando, em Daegu, na Coreia do Sul, Fabiana Murer conquistou a medalha de ouro no salto com vara. 12 anos antes, em Sevilha, na Espanha, o país teve a participação com mais pódios ao ganhar duas pratas, com Claudinei Quirino nos 200 m e Sanderlei Parrela nos 400 m, e bronze com o revezamento 4 x 100 m. Em 2022, em Eugene, na competição que começa na sexta-feira a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) bota fé que é possível não só voltar a ter um campeão como também ser a edição com mais medalhas na história.

“A expectativa da CBAt é a melhor possível com base no que vem acontecendo. Nós estamos tendo o melhor início de temporada. Com três medalhas eu estaria extremamente feliz. Nós sabemos que isso é possível e seria um sonho fantástico”, aposta o presidente da CBAt, Wlamir Motta Campos.

Medalha de bronze nos 400 m com barreiras nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 e vencedor de todas as etapas da Diamond League em 2022, Alison dos Santos é a grande aposta do Brasil voltar a ter um campeão mundial de atletismo. Além da qualidade do atleta, seu principal rival, o norueguês Karsten Warholm se machucou recentemente e não deve chegar a Oregon com 100% de suas condições físicas. Outro que entra no rol dos favoritos é Darlan Romani, que foi campeão mundial indoor do arremesso de peso no começo do ano, mas sua prova é uma das mais disputadas com grandes nomes como os americanos Ryan Crouser e Joe Kovacs e o neozelandês Tom Walsh, todos em condições de brigar pela medalha de ouro.

Outro com grandes chances de pódio no Mundial de atletismo é Thiago Braz, que saltou 5,93 m na temporada, terceira melhor marca de 2022. O problema é que o campeão olímpico do salto com vara na Rio-2016 e bronze em Tóquio-2020 vai poder, no máximo, brigar pela prata, como conseguiu no Mundial indoor no começo do ano, já que o favorito disparado é o recordista mundial, Armand Duplantis, que só perde a prova caso uma grande zebra acontecer.

O presidente da CBAt, Wlamir Motta Campos, está otimista com as chances do Brasil no Mundial (Divulgação)

Além de Alison dos Santos, Darlan Romani e Thiago Braz, que são os principais nomes do Brasil no Mundial de atletismo, o país conta com outros nomes que podem surpreender e beliscar um pódio como Caio Bonfim, nos 20 km da marcha atlética, Daniel Nascimento, na maratona, Rafael Pereira, nos 110 m com barreiras, e o revezamento 4 x 100 m.

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“O Caio Bonfim teve excelentes participações na marcha atlética na Europa com performances e resultados fantásticos. Já o Danielzinho é um personagem à parte, uma das maiores revelações do atletismo mundial em 2022. Ele é o melhor não africano da história. É um menino novo, que já deixou o nome dele na história ao bater o recorde sul-americano, e é uma grande expectativa. E tem também o caso fantástico dos 110 m com barreiras. Temos três atletas entre os 15 melhores do mundo. Isso nunca aconteceu na história. É uma prova muito técnica, complexa e nós estamos arrebentando. Rafael Pereira é um nome pra gente anotar, pra gente escrever. É um dos atletas mais serenos que temos. Acabou de bater o recorde sul-americano. É um menino que eu tenho certeza de que vai querer seu nome agora no Mundial. E temos ainda o revezamento 4 x 100 m, que é sempre uma grata surpresa”, enumera o presidente.

O otimismo em relação ao Mundial de atletismo é reflexo do sucesso da gestão de Wlamir Motta Campos a frente da CBAt. Desde março de 2021 no cargo, ele viu as receitas da entidade crescerem 84,7%. O orçamento de 2021 é de 37.504.251,09 contra R$ 20.305.677,74 de 2021, que foi ano olímpico. O valor pode ainda crescer em até R$ 15,7 milhões em projetos referentes à lei do incentivo ao esporte, que já foram aprovados e estão em fase de captação. “Com isso tudo, tivemos em 2021 481 atletas e 112 Treinadores integrando nossas seleções, esse é o maior número de convocados da história e o número de atletas filiados teve um aumento de 31,1% em 2021”, comemora o dirigente.

Rodrigo Nascimento e Vitória Rosa posam com uniforme do Mundial de atletismo
Puma vai fazer sua estreia como fornecedora de material esportivo da CBAt no Mundial de atletismo (Divulgação)

Atualmente a CBAt conta com patrocínio oficial da New On e tem a Puma como fornecedora de material esportivo. A apresentação do novo uniforme, que será usado no Mundial de atletismo, aconteceu na sexta-feira, no CT de Bragança Paulista. O acerto com a marca alemã é um feito comemorado pela entidade. “Estávamos quase fechando com outra marca, mas recebemos contato direto da Puma da Alemanha cobrindo a oferta”, conta Wlamir Motta Campos.

Os valores do contrato que vai até o fim de 2024 não foram divulgados, mas estima-se que são cerca de dez vezes maiores do que a CBAt recebia da Nike, antiga fornecedora de material esportivo do atletismo brasileiro. “A gente está muito feliz. Nós da Puma estávamos procurando voltar forte para o mercado de running e acho que nada melhor do que ter os maiores atletas do Brasil usando a nossa camisa, usando a nossa marca. Então, é uma parceria muito importante para nós, muito significativa. A CBAt foi uma oportunidade e, como o Brasil está se mostrando para a Puma Global como um mercado com muito potencial, era o momento perfeito de juntar essas duas grandes potências: Puma e Brasil”, explica Rubia Dalla Pria, Team Head Brand Comms da Puma.

A empresa tem tradição em patrocinar equipes nacionais de atletismo. A Jamaica, na época em que Usain Bolt conquistou seus principais títulos, tinha a marca da Puma estampada no uniforme. “A nível de seleção é a primeira vez que a gente vê o logo da Puma associado à bandeira do Brasil. Então, como brasileira ainda dá mais orgulho. Tivemos muitos atletas relevantes no mundo inteiro, do Brasil também, já que estamos no esporte há anos. Sempre tivemos tradição de ter atletas da mais alta performance usando a marca. Então, entrando na CBAt a gente continua reforçando isso”, afirmou Rubia.

Ou seja, se o Brasil vive a expectiva de alcançar em Eugene sua melhor participação na história dos Mundiais de atletismo, isso vai acontecer com a marca da Puma estampada no peito dos atletas. “A gente é pé quente! Desde que o Palmeiras colocou o logo da Puma na camisa está ganhando tudo. E teve o Bolt também. Quando assinamos com ele, ele tinha 14 anos e se tornou um dos maiores atletas da história. Então, a Puma tem essa tradição de ser pé quente. Acho que tem grande chance de vir muita coisa boa para o Brasil neste Mundial”, aposta Rubia.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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