Campeão no fim do ano passado do Pan-Americano da Juventude, José Fernando Ferreira, o Balotelli, de 23 anos, superou o favorito Felipe Vinícius dos Santos, que disputou os Jogos Olímpicos de Tóquio, e conquistou a medalha de ouro do decatlo do Troféu Brasil de atletismo. O pernambucano comemorou com gritos de “eu mereço, eu mereço” a conquista do bicampeonato da competição.
“Os últimos três anos foram muito difíceis, com poucas provas em função da pandemia e enfrentei problemas pessoais. Deixei de treinar em Recife, me mudei para São Paulo”, comentou o decatleta que está treinando com Neilton Moura, em Guarulhos e no Núcleo de Alto Rendimento. Balotelli chegou a chorar em sua comemoração. “Não sei o que se passa na minha cabeça. Sei que venci em pleno Estádio Olímpico. Em 2016, ainda estava em Pesqueira, minha cidade”, completou
Balotelli somou 7707 pontos nas dez provas disputadas entre quarta e quinta contra 7666 de Felipe, que ficou com a medalha de prata. Pedro de Oliveira, com 7504 pontos, completou o pódio. Para chegar ao título, José Fernando Ferreira foi o mais regular ao longo de toda a competição, mas chamou a atenção os 969 pontos que ele fez com a marca de 14s04 nos 110 m com barreiras.
+Rafael Pereira bate recorde sul-americano nos 110m c/barreiras
Nos 3000 m com obstáculos, Tatiane Raquel da Silva provou que está em grande fase. Recentemente, no Grand Prix de Watford, na Grã-Bretanha, ela quebrou o recorde sul-americano ao completar a prova em 9min24s38. No Troféu Brasil, ela cravou a melhor marca da história no campeonato ao cravar 9min39s66, 13 segundos na frente de Simone Ferraz, que ficou com a medalha de prata.
Quem também confirmou seu favoritismo também foi Allan Wolski no lançamento do martelo. O atleta do Pinheiros venceu com 72,05 m, perto de sua melhor marca no ano que foi 73,81 m. Já nos 400 m feminino, Tiffani Marinho venceu com 51s51, melhor marca dela na carreira.
+SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
“A gente vem buscando esse PB há alguns anos. Eu corri 51 algumas vezes em 2019, depois veio a pandemia e a gente não conseguiu dar sequência as melhoras anuais. Estou muito, mas muito feliz. Eu vinha esperando muito esse PB e fica um sentimento de gratidão e um gostinho de quero mais porque agora vem o Mundial”, disse Tiffani. “Vou entrar no Mundial mais confiante”, completou Tiffani campeã brasileira pela quarta vez consecutiva.
A segunda colocada nos 400 m foi Tabata Vitorino de Carvalho (AA Maringá), com 51.99, também sua melhor marca pessoal. “Estou muito feliz com o resultado e correr com a Tiffani, a melhor do Brasil há quatro anos, é um privilégio. Minha expectativa é ajudar o Brasil.” Maria Victoria Belo de Sena (APA-SP), com 52.70, foi a terceira, com 52.70. Tábata pensa em se qualificar para a prova individual pelo Ranking de pontos da WA e integrar o revezamento 4×400 m misto no Mundial. Serão convocados três atletas homens e três mulheres.
Já a disputa pela vitória no salto em altura foi muito acirrada. Thiago Moura ganhou o ouro com 2,23 m, apenas dois centímetros a frente de Fernando Ferreira. Talles Silva completoiu o pódio com 2,14 m.
“A prova foi muito demorada e no final me senti muito cansado. Cheguei na segunda-feira da Europa, com uma dor no pé. Passei por exames e nada de grave foi constatado. Só na terça-feira confirmei minha presença no Troféu Brasil”, explicou Thiago Moura.
Nos 3000 m com obstáculos masculino, Gleison da Silva Santos fez 8min48s 08 e venceu com apenas 40 centésimos de diferença em relação a Jean Carlos Dolberth Machado, que ficou em segundo lugar na que foi a mais emocionante disputa do dia.
No salto triplo feminino, Ketllyn Pamela Daniel Zanette conquistou foi campeã com 13m10 e Douglas Hernandes Mendes da Silva venceu os 400 m masculino com 45s96. Nos revezamentos 4 x 100 m, o Pinheiros, de Vitória Cristina Rosa, Andressa Fidélis, Lorraine Martins e Lia Raquel, venceu no feminino, enquanto o Sesi, de Felipe Bardi, Erik Felipe Cardoso, Lucas Vilar e Adrian Vieira, conquistaram o título no masculino.