Caio Bonfim conquista a única medalha brasileira no Mundial de 2017 e Erica Sena vence o circuito mundial de marcha atlética, salvando ano do atletismo brasileiro.
Com sinceridade, é possível dizer que o ano de 2017 não foi tão bom quanto se esperava para o atletismo brasileiro. Muito disso se deve à má temporada de Thiago Braz, ouro no salto com vara na Rio-2016 e principal esperança de medalha no mundial deste ano, do qual nem acabou disputando. De resto, vale destacar o bronze de Caio Bonfim, única conquista brasileira na competição, a liderança, já esperada, do país no sul-americano, e o título de Erica Sena, no circuito mundial de marcha atlética.
No âmbito internacional, a despedida de Usain Bolt foi o fato mais extraordinário do atletismo em 2017. Infelizmente, o maior velocista de todos os tempos, acabou se machucando na última prova, mas nada que tirasse o brilho de uma carreira espetacular.
Confira a retrospectiva do atletismo em 2017:
Brasil no mundial
O Brasil levou 36 atletas ao Mundial de Londres. Um número bem abaixo do que foi para Pequim, em 2015, de 53. Desses que participaram em 2017, o país chegou em seis finais, o dobro do conquistado na China dois anos antes. Em número de medalhas, o placar ficou empatado em um a um.
Caio Bonfim foi quem fez a festa brasileira e não deixou o país passar em branco, com o bronze na Marcha Atlética, de 20 quilômetros. Confira um raio-X completo da competição aqui.
Além do bronze no mundial, Caio também foi prata no circuito mundial, no qual quem mais brilhou foi Erica Sena.
Erica Sena campeã do circuito mundial de marcha atlética
A pernambucana Erica Sena conquistou o título de campeã do Circuito Mundial de Marcha Atlética, melhorando a terceira colocação obtida em 2016. A conquista foi confirmada com a brilhante quarta colocação obtida na prova dos 20 km no Campeonato Mundial de Londres. Com os resultados de Erica (ouro) e Caio (prata), a marcha brasileira demonstra mais uma vez a sua grande evolução nos últimos anos e surge como potencial indiscutível para o ciclo que visa Tóquio 2020.
Confira como foi aqui.
Temporada ruim de Thiago Braz
Campeão olímpico do salto com vara em 2016, Thiago Braz era a principal esperança do atletismo brasileiro em 2017. No entanto, sua temporada foi muito abaixo.
Primeiro, não acertou nenhum salto na etapa de Rabat, no Marrocos, da Diamond League.
Depois, fez desabafo nas redes sociais. “estar entre os atletas de ponta, não significa que não passamos por problemas, assim como qualquer ser humano que tem seu próprio emprego passa. Desculpe pela expectativa que não foi alcançada, independente de tudo, não sou uma máquina, mesmo se eu fosse uma maquina, se eu andasse a 100% todos os dias, um dia eu fundiria o motor.”
Dias mais tarde, veio a desistência do Mundial, que abalou todo o mundo do esporte. A má fase do atleta, somada aos planos de treinamento do técnico ucraniano Vitaly Petrov, levaram a Confederação Brasileira a decidir, em conjunto com o Comitê Olímpico, pela desistência do medalhista de ouro do salto com vara nos Jogos do Rio de Janeiro. O entendimento foi de que Braz atravessa má fase e que é preciso poupá-lo para o restante do ciclo olímpico, que culmina em Tóquio-2020.
E no final do ano, visando as competições de 2018, Thiago Braz foi treinar em Doha, no Catar. Quem sabe o brasileiro não consegue recuperar a confiança e volta a conquistar títulos.
Despedida do maior de todos, Usain Bolt
Maior velocista de todos os tempos, Usain Bolt se despediu das pistas de forma melancólica no Campeonato Mundial de Atletismo de Londres. O jamaicano se lesionou na final do revezamento 4x100m pouco depois de receber o bastão e não foi capaz de concluir a prova. No entanto, nada apaga o brilho que o permeou em toda a carreira.
Após doping, Ana Cláudia projeta volta por cima até Tóquio
Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, Ana Cláudia Lemos contou sobre o caso de doping em 2016, que indiretamente a impediu de ir para a Olimpíada, e projetou a volta por cima no ciclo olímpico até Tóquio-2020.
Brasil campeão geral do sul-americano de atletismo, com direitos a dois recordes do continente quebrados
Se no mundial o desempenho não foi tão bom, no sul-americano, o Brasil passeou, mantendo a hegemonia. No quadro geral, 36 medalhas, que garantiram o título geral por equipes. Confira como foi.
Destaques para dois recordes continentais quebrados.
Nubia Soares fecha 2017 como 4ª no ranking mundial de salto triplo
E para fechar 2017 com notícia boa, a saltadora mineira Nubia Soares marcou 14.56 metros e encerrou a temporada como quarta do ranking mundial de salto triplo. Veja aqui.