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Atletismo

Juliana Campos e Isabel Demarco viajam às pressas para Espanha

Depois da CBAt não comprar passagens com antecedência para 5 atletas, Juliana Campos e Isabel Demarco, do salto com vara, viajaram às pressas nesta quarta

Juliana Campos no Salto com Vara Feminino
Juliana Campos conseguiu embarcar na noite desta quarta-feira para a disputa do Ibero-Americano (Raul Vasconcelos/rededoesporte.gov.br)

Depois da divulgação de reportagem do Olimpíada Todo Dia mostrando que cinco atletas convocados para o Campeonato Ibero-Americano não tinham viajado para a Espanha pelo fato da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) não ter comprado as passagens, Juliana Campos e Isabel Demarco foram chamadas às pressas para o Aeroporto Internacional de Guarulhos e conseguiram viajar. Mesma sorte não tiveram Abel Curtinove, Felipe dos Santos e Fernando Ferreira seguem no Brasil e não devem conseguir competir.

“Falaram pra gente ir para o aeroporto que eles estavam tentando comprar o bilhete e se esperássemos a confirmação do voo não chegaríamos a tempo. Então, viemos para cá (aeroporto) sem nada, chegamos 15 minutos antes de fechar o check-in e, faltando cinco minutos para fechar o check-in, chegaram os tickets e conseguimos embarcar”, escreveu Juliana Campos em um post nas redes sociais. “Até agora não estou entendendo nada. Já tínhamos perdido as esperanças”.

Dos 72 convocados para o Campeonato Ibero-Americano, 67 viajaram na terça-feira (17), data previamente combinada com os atletas. Ficaram para trás, Juliana Campos, Isabel Demarco e Abel Curtinove, do salto com vara, além de Felipe dos Santos e Fernando Ferreira, do decatlo.

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Como não tinham recebido as passagens, os cinco atletas questionaram a CBAt no último domingo, apens dois dias antes do embarque e foram avisados que nenhuma companhia aérea havia liberado o transporte das varas no avião (os atletas do decatlo precisam desse material já que o salto com vara é uma das provas da modalidade combinada).

Vale destacar que as varas medem, em média, 5 m por 20 cm, e apresentam uma complexidade para serem embarcadas, tendo que ser transportadas em tubos de PVC. O que a maioria dos atletas brasileiros faz para conseguir levar o equipamento consigo durante as viagens é chegar com as varas no balcão de check-in do aeroporto e tentar embarcá-las na hora, sem aviso prévio. É uma estratégia que funciona em boa parte das vezes, mas que não é totalmente eficaz.

Fabiana Murer Atletismo Salto com Vara
Fabiana Murer já sofreu com muitos problemas de despache de vara durante sua carreira (Divulgação)

A CBAt não quis arriscar e esperar por essa possibilidade. Sem a confirmação do despache prévio das varas pela companhia aérea, a confederação partiu para o plano B: pedir o equipamento emprestado na Espanha. Esta opção não é vista com bons olhos pelos saltadores apesar de ser comum. Eles preferem competir com varas próprias, mas resolveram aceitar a ideia diante da situação e da proximidade da competição.

O que os cinco não esperavam, porém, é que a CBAt ainda não havia comprado as passagens aéreas. Os atletas foram informados de que a entidade optara por esperar a confirmação da utilização das varas para fazer os procedimentos burocráticos. Quando recebeu o ok, deram a justificativa aos atletas de que não haviam mais voos disponíveis entre São Paulo e Alicante e os atletas ficaram sem embarcar.

Angústia

Os atletas seguiram em São Paulo, aflitos com a situação e a CBAt só conseguiu resolver o problema de Juliana Campos e Isabel Demarco, que embarcaram às pressas. “Estamos indo sem vara, e vamos tentar resolver a situação por lá”, contou Juliana.

Se as mulheres viajaram, os homens seguem sem resposta. Todos de fora de São Paulo, Felipe dos Santos, José Fernando Ferreira, o Baloteli, e Abel Curtinove estão em um hotel próximo ao aeroporto de Guarulhos desde o início da semana. Eles seguem na esperança de irem ao campeonato, mas a CBAt informou à reportagem que não fará os trâmites para embarcá-los, já que não haveria tempo hábil entre a viagem e a competição, por entrarem em ação na sexta (20).

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Vale destacar que o problema do não embarque das varas é comum entre os atletas do salto com vara. A própria Juliana Campos, uma das envolvidas na situação, já passou por isso na Universíade 2019. Ela embarcou sem o material e competiu a eliminatória com varas emprestadas. Ainda assim, se garantiu na final, onde acabou na quinta colocação.

Paulistano de 23 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri a Universíade de Chengdu, o Pan de Santiago-2023, a Olimpíada de Paris-2024 e a Paralimpíada de Paris-2024.

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