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Atletismo

Sem passagens, cinco atletas não embarcam para o Ibero-Americano

Sem passagens aéreas, cinco brasileiros não embarcam para o Campeonato Ibero-Americano

Felipe dos Santos decatlo salto com varas é um dos cinco atletas sem ir ao Ibero-Americano
Felipe dos Santos, do decatlo, representou o Brasil na Olimpíada de Tóquio (Foto: Jonne Roriz/COB)

Cinco atletas brasileiros não viajaram para a disputa do Campeonato Ibero-Americano de atletismo, que acontecerá neste final de semana, em La Nucia, na Espanha. Juliana Campos, Isabel Demarco e Abel Curtinove, do salto com vara, e Felipe dos Santos e Fernando Ferreira, do decatlo, foram convocados pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), mas não embarcaram junto com a delegação nesta terça-feira (17) porque a própria confederação não comprou as passagens dos atletas. Pouco depois da divulgação desta reportagem, a entidade resolveu o problema de duas atletas, que conseguiram embarcar às pressas.

Ainda no começo de maio, a CBAt convocou 72 atletas para a competição, que reúne países onde a língua oficial é o espanhol ou o português. Depois que todos foram devidamente informados de suas convocações, a entidade iniciou os trâmites de logística para enviar a delegação até a Europa. A confederação comunicou seus atletas de que todos viajariam em 17 de maio e solicitou que aguardassem o envio do bilhete da passagem aérea.

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Sem passagens aéreas

Todos receberam, menos os três representantes do salto com vara e os dois do decatlo. Receosos com a situação, eles questionaram a CBAt sobre a demora no último domingo, a apenas dois dias do embarque, e foram avisados que nenhuma companhia aérea havia liberado o transporte das varas no avião (os atletas do decatlo precisam desse material já que o salto com vara é uma das provas da modalidade combinada).

Vale destacar que as varas medem, em média, 5m por 20cm, e apresentam uma complexidade para serem embarcadas, tendo que ser transportadas em tubos de PVC. O que a maioria dos atletas brasileiros faz para conseguir levar o equipamento consigo durante as viagens é chegar com as varas no balcão de check-in do aeroporto e tentar embarcá-las na hora, sem aviso prévio. É uma estratégia que funciona em boa parte das vezes, mas que não é totalmente eficaz.

Fabiana Murer Atletismo Salto com Vara
Fabiana Murer já sofreu com muitos problemas de despache de vara durante sua carreira (Divulgação)

A CBAt não quis arriscar e esperar por essa possibilidade. Sem a confirmação do despache prévio das varas pela companhia aérea, a confederação partiu para o plano B: pedir o equipamento emprestado na Espanha. Esta opção não é vista com bons olhos pelos saltadores apesar de ser comum. Eles preferem competir com varas próprias, mas resolveram aceitar a ideia diante da situação e da proximidade da competição.

O que os cinco não esperavam, porém, é que a CBAt ainda não havia comprado as passagens aéreas. Os atletas foram informados de que a entidade optara por esperar a confirmação da utilização das varas para fazer os procedimentos burocráticos. Quando recebeu o ok, deram a justificativa aos atletas de que não haviam mais voos disponíveis entre São Paulo e Alicante e os atletas ficaram sem embarcar.

Angústia

Os atletas seguiram em São Paulo, aflitos com a situação. A reportagem entrou em contato com a CBAt, que confirmou o problema no despache das varas por uma questão das companhias aéreas. A entidade confirmou que está tentando embarcar apenas Juliana Campos e Isabel Demarco, do salto com vara, já que competem no sábado (21), mas os homens seguem sem resposta.

Todos de fora de São Paulo, Felipe dos Santos, José Fernando Ferreira, o Baloteli, e Abel Curtinove estão em um hotel próximo ao aeroporto de Guarulhos desde o início da semana. Eles seguem na esperança de irem ao campeonato, mas a CBAt informou à reportagem que não fará os trâmites para embarcá-los, já que não haveria tempo hábil entre a viagem e a competição, por entrarem em ação na sexta (20).

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Vale destacar que o problema do não embarque das varas é comum entre os atletas do salto com vara. A própria Juliana Campos, uma das envolvidas na situação, já passou por isso na Universíade 2019. Ela embarcou sem o material e competiu a eliminatória com varas emprestadas. Ainda assim, se garantiu na final, onde acabou na quinta colocação.

Paulistano de 23 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri a Universíade de Chengdu, o Pan de Santiago-2023, a Olimpíada de Paris-2024 e a Paralimpíada de Paris-2024.

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