Medalha de bronze nos 400 m rasos dos Jogos Olímpicos de Tóquio com a terceira melhor marca do mundo em todos os tempos, Alison dos Santos foi a grande estrela da estreia do Prêmio Melhores do Ano do Atletismo, realizado nesta quinta-feira em São Paulo. O atleta foi eleito o melhor do ano masculino com 75% dos votos do júri de especialistas, formado por treinadores e jornalistas. Além dele, Érica Sena, da marcha atlética, foi a escolhida entre as mulheres, Chayenne Pereira e Erik Cardoso foram as revelações e Renan Akamine, de apenas 15 anos, e Simone Ferraz foram eleitos os atletas da galera.
Maior estrela do atletismo brasileiro da atualidade e candidato a se manter como o grande nome da modalidade ainda por muitos anos, Alison dos Santos quebrou seis vezes na temporada o recorde sul-americano dos 400 m com barreiras. A última delas foi exatamente na final olímpica com a incrível marca de 46s73.
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“É bom ser reconhecido e as pessoas que estão trabalhando com você também. Ver que está colocando em prática tudo o que foi passado e ver que este trabalho está dando certo e sendo reconhecido, onde chegamos e onde podemos chegar, é algo maravilhoso. Receber um prêmio por fazer bem o que você gosta é maravilhoso e mágico”, disse Alison, que começa sua temporada de 2022 pela temporada ao ar livre e tem como prioridade no ano o Mundial do Oregon, em Eugene, nos Estados Unidos.
Eleita entre as mulheres, Érica Sena, que só não ganhou uma medalha na marcha atlética em Tóquio por ter recebido a terceira advertência da arbitragem a poucos metros do final, quando brigava pela prata, teve seu esforço reconhecido e levou o prêmio feminino com 40% dos votos do júri. Como vive em Cuenca, no Equador, a atleta não pôde estar presente na cerimônia, mas enviou uma mensagem de vídeo.
“Quero agradecer a esse grande time que trabalha todos os dias fazendo o atletismo brasileiro. E graças a esse time e ao que trabalha ao meu lado todos os dias hoje sou considerada uma das melhores atletas do Brasil.”
Na categoria Atleta Revelação, o velocista Erik Cardoso e a barreirista Chayenne Pereira foram os agraciados. Erik Cardoso, do SESI-SP, de 21 anos, venceu os 100 metros em 10.01 (2.0) no Brasileiro Sub-23. É o melhor resultado do Brasil desde Robson Caetano, que correu 10 segundos há 33 anos.
Chayenne foi chegando devagar e buscava qualificação para os Jogos de Paris, em 2024. Surpreendeu e conseguiu sua vaga olímpica nos 400 metros com barreiras para ir aos Jogos de Tóquio com direito a quebra de recorde brasileiro. No Pan Júnior, em Cáli, ganhou três medalhas de ouro, nos 400 m com barreiras e com os revezamentos 4×400 m feminino e 4×400 m misto. Treina com Marsele Mazzoleni.
Os Atletas da Galera foram escolhidos por votação popular. Renan Akamine, de apenas 15 anos, o melhor atleta do Brasileiro Sub-16 de Cascavel, Paraná, ficou com o prêmio masculino, e Simone Ponte Ferraz, atleta olímpica, com o feminino.
Renan começou aos 9 anos numa equipe chamada Atletismo Diadema, da colônia japonesa, é atleta do Centro Olímpico, treina com Alexandre Morato e foi campeão no salto com vara e no salto em distância no Brasileiro Sub-16. Mostrou que tem talento e engajamento nas redes sociais.
A catarinense Simone, que compete por Jaraguá do Sul, ganhou a medalha de prata no Campeonato Sul-Americano de Guayaquil nos 3.000 m com obstáculos e conseguiu vaga para disputar a Olimpíada de Tóquio.