O legado de um atleta não é “apenas” o que é feito dentro do seu esporte, mas fora dele também. É sobre inspirar novas gerações e retribuir o que lhe foi dado através do esporte, apoiando e construindo um futuro melhor para os atletas que virão. Esta é a missão de Daniel Chaves para a maratona brasileira após ter aprendido de perto a cultura vitoriosa do Quênia na viagem de um mês que originou a série Majambo, da ADIDAS.
Depois de contar os bastidores, a realização de um sonho e a inspiração no sucesso queniano, o último episódio da série fala de como Daniel Chaves pretende trazer o Majambo para o Brasil, instituindo, especialmente, a mentalidade da corrida em grupo.
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“Aqui no Brasil, na nossa época mais gloriosa, que para mim foi no fim dos anos 90 com Vanderlei Cordeiro de Lima, início do Marilson, Ronaldo da Costa, eles se reuniam em Itatiaia (SP) para treinar juntos, iam muito para Paipa, na Colômbia… Mas isso acabou, a gente não tem mais esse grupo, não se reúne mais. E para mim, é isso que falta para nós. Talento tem, mas precisa de uma mudança de cultura”, explicou Daniel ao Olimpíada Todo Dia.
Por um futuro melhor
Daniel Chaves morou muitos anos na Holanda, onde conviveu de perto com os três atletas que foram medalhistas na maratona nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Lá, ele sentiu algumas diferenças em relação ao Brasil que foram determinantes para a sequência da sua carreira. A começar pela existência de pistas públicas, onde todos podem correr, algo que ainda falta em escala e qualidade aqui, segundo o atleta.
Além disso, a falta de apoio desde o começo da carreira, na base, também faz muita diferença. “Os três medalhistas de Tóquio tiveram suporte… O Kipchoge e o Nageeye [ouro e prata] se juntaram no Quênia, enquanto o Bashir [bronze] foi para a Inglaterra treinar com o Mo Farah. E o Daniel veio para o Brasil. O único que não ganhou medalha. É isso que eu não quero mais que aconteça! Sei do nosso potencial, mas algo precisa mudar, porque senão, vamos continuar aqui. Então Majambo é isso. Fazer o que não fizeram por mim. É um protesto de fazer melhor, uma bandeira que eu preciso levantar por mim mesmo”.
Majambo na prática
Depois de voltar do Quênia, Daniel Chaves já começou a colocar o que aprendeu lá em prática, criando o Time Majambo, formado por Maria Lucineida Moreira, Gabriela Tardivo e Vinícius de Carvalho Alves. A ideia inicial é realizar training camps e encontros entre esses atletas e com a comunidade também, espalhando a prática da corrida em grupo pelo Brasil.
“A ideia é auxiliar na carreira deles, dar o suporte necessário para eles se desenvolverem. Mandá-los para a Europa para fazerem training camps na altitude, que é muito importante, ter um sistema de saúde adequado, poder conversar com psicólogo, dar uma aula de inglês… Isso faz toda a diferença. E na próxima vez que eu for para o Quênia, já vai ser com o Time Majambo, para um camping ano que vem”.
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“Eu aprendi a admirar outros atletas, porque eu sei o que eles passam. Então quero passar isso para o TIme Majambo. Quero que nós tenhamos no atletismo de fundo, na maratona atletas como o Hugo Calderano, o Isaquias Queiroz e tantos outros… Quero poder falar que o fundo também tem esse cara, poder dar esse exemplo daqui uns anos, e mostrar que a gente construiu um grande nome através de exemplos e de trabalho, com simplicidade e união”, concluiu Daniel Chaves.
Episódios da Série Majambo:
1: Bastidores
2: Sonho
3: Inspiração
4: Missão