Falar em Quênia é quase sinônimo de falar em corrida. O país é um dos grandes destaques históricos da maratona, lançando ao mundo muitos campeões da modalidade. Mas o que faz eles serem tão bons? É exatamente isso que Daniel Chaves buscou e aprendeu durante sua estadia de um mês em Iten, a “cidade dos campeões”, originando o terceiro episódio da série Majambo, da ADIDAS.
Nos dois primeiros de quatro episódios, falamos sobre os bastidores dessa viagem e sobre a caminhada de Daniel Chaves para realizar esse sonho. Neste terceiro, vamos entender mais sobre o que é o Majambo e qual a fórmula de sucesso dos quenianos, de acordo com o brasileiro.
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“Vim para o Quênia para poder descobrir o segredo deles, vivenciar essa experiência de perto. Eu pude ver o que eles realmente fazem, como eles vivem, como comem… Como é essa filosofia, essa cultura esportiva. E não é à toa que eles são os melhores do mundo, diz Daniel no vídeo.
O Majambo
A história vitoriosa dos quenianos em corridas de maneira geral não surgiu do nada. Pelo contrário. O sucesso vem das raízes do próprio país. Segundo Daniel, a cultura de correr surgiu nas tribos nômades, que precisavam se deslocar por causa das condições climáticas, como chuvas e secas. Desta forma, ao longo do tempo, eles sempre estiveram mudando de lugar, correndo pelo país. Por isso, hoje, a maioria dos quenianos têm o costume de correr e têm, inclusive, o biotipo de corredores olímpicos.
Foi dessa tradição também que surgiu o Majambo. Não existe uma única definição para o termo, mas de maneira resumida, é a prática de correr junto, em grupo, e se colocar a serviço de algo maior.
“Eles têm uma coisa muito legal, um senso de comunidade muito latente. O que eles recebem, eles transmitem para o outro. Isso é muito desenvolvido lá e é o que falta para nós aqui. Essa união de bons talentos, todo mundo se desenvolver junto. E lá aprendi que a corrida em grupo faz a diferença. A corrida é o esporte individual mais de grupo que eu conheço, e é muito difícil ver um atleta lá saindo sozinho para correr. Eles saem de casa e esperam o grupo. Então Majambo é uma mentalidade de organização, de união, de querer fazer o bem através do simples”, explicou Daniel Chaves.
A corrida em grupo
A corrida em grupo já é uma prática bastante difundida no mundo e vem crescendo bastante no Brasil, inclusive impulsionada pela ADIDAS. E no Quênia, Daniel entendeu mais a fundo as vantagens de treinar em conjunto e nem sempre sozinho.
“Correr sozinho é bom, necessário em alguns momentos, mas correr em grupo é maravilhoso. Essa troca é sempre muito boa, todo mundo tem alguma coisa para somar na vida do outro. E de certa forma, fica mais fácil correr em grupo, você não precisa fazer força o tempo todo. Tem dia que você não está bem, mas aí tem outras 10 pessoas para levar o ritmo. Fora o incentivo de encontrar o grupo no treino, saber que você não está fazendo aquilo sozinho. Então o grupo reforça muito esse sentido de comunidade. Sempre é mais importante olhar para o todo e não só para você mesmo, e correr em grupo desperta isso”.
União e simplicidade
Depois de anos convivendo com alguns quenianos, como o bicampeão olímpico Eliud Kipchoge, Daniel Chaves tinha uma ideia do porquê eles são tão bons na maratona e em corridas de maneira geral. Mas foi nesta viagem ao Quênia que ele confirmou de fato a fórmula do sucesso, que se baseia em união e simplicidade.
“Eu tive a resposta do porquê eles são tão bons lá. Primeiro: cultura. Eles já têm essa cultura, porque já deu certo. Então você cresce tendo exemplos perto e sabe que é possível, que dá para se desenvolver. Segundo: o grupo. Sempre vai ter alguém para te incentivar, para correr junto, para conversar… Um meio favorável para se desenvolver correndo”.
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“E o principal para mim foi a simplicidade. Às vezes, a gente, por ter mais recursos, acaba querendo fazer tudo mais glamouroso para dar certo, mas não. Lá é o simples que dá resultado, porque eles não têm inúmeras coisas, a vida é agricultura, pecuária ou transporte… Então para mudar de vida, é só isso [correr]. Quando se tem uma única oportunidade, você vai fazer o melhor possível e é isso que acontece lá, eles não ficam um dia sem treinar, se doam ao máximo, porque é só assim que eles podem sair de lá. E esse é o sonho. Então é só querer fazer a coisa certa. O conjunto, as várias mãos trabalhando junto vale muito mais do que muito dinheiro. E isso é Majambo”.
No próximo episódio
No quarto e último episódio da série Majambo, Daniel Chaves explica como pretende trazer o conceito e a filosofia do Majambo para o Brasil, com a missão de mudar o futuro da maratona no país. O filme será lançado no próximo domingo (28), às 18h!