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Tóquio 2020

Estrela brilha novamente e Thiago Braz conquista bronze no salto com vara

Após ciclo abaixo do esperado, Thiago Braz surpreende novamente e conquista 2ª medalha olímpica! Darlan Romani vai à final

Thiago Braz salto com vara jogos olímpicos tóquio 2020
(Gáspar Nóbrega/COB)

Thiago Braz é medalha de bronze no salto com vara nos Jogos Olímpicos de Tóquio! Nesta terça-feira (3), a estrela do atual campeão olímpico brilhou mais uma vez. Depois de surpreender a todos e ser campeão da prova na Rio-2016, o brasileiro supera um ciclo olímpico muito abaixo do esperado, surpreende mais uma vez e conquista sua segunda medalha olímpica consecutiva, saltando para 5.87m. Além dele, Darlan Romani garantiu vaga na final do arremesso de peso.

“Durante esse período de Jogos aconteceram alguns sinais legais me incentivando a buscar de novo uma medalha, a acreditar. E a gente em algum momento da vida se sente inseguro, exemplo disso foi a qualificação, relembrou um trauma que sofri, acabou dando certo, isso traz uma felicidade no peito, um nervosismo, raiva ao mesmo tempo porque não queria passar por isso. E aí dois dias atrás eu sonhei que eu tinha voltado para o apartamento aqui e eu estava com a medalha de bronze. Eu achava que era ouro, mas era bronze. Eu fiquei bravo no sonho, mas desejei muito ganhar uma medalha. É importante. Os anos todos que passei de altos e baixos, a briga para chegar aqui em Tóquio, era importante para mim, minha família, minha esposa, meu treinador, o Comitê Olímpico do Brasil, porque mesmo estando mal eles nunca deixaram de acreditar em mim”, contou Thiago Braz.

A final do salto com vara, inclusive, foi de altíssimo nível. E o sueco Armand Duplantis confirmou o favoritismo, vencendo a prova, mas mantendo o recorde olímpico de Thiago Braz de 6.03m. O sueco disputou até os 6.02m com o estadunidense Christopher Nielsen, que terminou com a medalha de prata, e ainda saltou para 6.19m para bater o próprio mundial de 6.18m, mas não conseguiu. Velho conhecido dos brasileiros, Renaud Lavillenie competiu com os dois pés lesionados e acabou em oitavo, saltando apenas 5.70m, pulando as outras alturas e não passando dos 5.92m.

“Tinha que acontecer desse jeito. No classificatório eu tive um início de cãimbra, a gente tratou, mas eu ainda senti. E eu aos poucos fui tentando, dando uma corrida para relaxar a musculatura. O meu desejo era ganhar uma medalha, eu queria ouro, mas primeiramente uma medalha. O motivo maior foi minha família, minha esposa, meu treinador, meu avô que faleceu no ano passado, num momento de pandemia. E também o orgulho de ser brasileiro, de trazer orgulho pro Brasil. Fiquei bem emocionado de passar pra final, a eliminatória não foi nada fácil, fiquei com medo de ficar fora. Aconteceu no Mundial de 2019 e eu não queria que acontecesse aqui. Os Jogos Olímpicos são uma competição muito importante para mim. Acho que é o sonho de qualquer atleta chegar, ganhar medalha, voltar para casa, festejar com a família, com os amigos. É um trabalho duro e poder hoje voltar com uma medalha para casa é um sonho”, comemora Thiago Braz.

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Assim, Thiago Braz garantiu a sua segunda medalha olímpica na carreira e a segunda medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o incrível bronze de Alison dos Santos, o Piu, nos 400m com barreira, quebrando um tabu que já durava 33 anos em provas individuais de pista.

“A gente vê quem são os amigos, os investidores quando a gente está passando por um momento ruim. Desejo que outros atletas não passem por isso. O incentivar deveria vir em primeira mão. O esporte precisa de mais incentivo e não somente cortes. 2016 foi uma coisa de louco, ganhamos o ouro, saltamos nosso melhor, depois tem meu desenvolvimento pessoal. Tudo é um trabalho, tudo é um investimento que as pessoas fazem para que a gente possa continuar sonhando. Meus altos e baixos significaram mais conhecer a mim mesmo e mostrar que saltando bem ou mal era possível voltar a saltar, projetar novos sonhos e conquistas. Eu tinha no meu sonho voltar aos Jogos e ganhar outra medalha. Às vezes deu vontade de parar, desistir, mas tive esse suporte por trás. Eu queria tentar o bi, ainda dá, tem a próxima”, finalizou o campeão olímpico de 2016.

Como foi a prova

Na final do salto com vara, Thiago Braz começou bem e passou fácil por 5,55m. Na sequência, entretanto, ele não teve o primeiro salto válido nos 5,70m, mas conseguiu passar no segundo. Enquanto isso, Armand Duplantis pulou o 5.70m e passou com tranquilidade pelo 5.80m. Já Renaud Lavillenie, aparentemente sentindo o tornozelo, passou pelos 5.70m e foi direto para os 5.87m.

Novamente na segunda tentativa, Thiago Braz ainda se desequilibrou, mas passou pelos 5.80m, se mantendo vivo na competição. Oito atletas seguiram na prova e o brasileiro conseguiu passar de primeira dos 5.87m, mesmo tocando de leve no sarrafo. Assim, ele já fez a sua melhor marca na temporada, que, até então, era de 5.82m.

Thiago Braz
Thiago Braz é dono de duas medalhas olímpicas (Gáspar Nóbrega/COB)

Posteriomente, no entanto, com apenas quatro atletas na disputa, Renaud Lavillenie não conseguiu passar pelos 5.92m, garantindo, ao menos, o bronze ao brasileiro. Thiago Braz, então, foi para as suas tentativas, mas também não passou pelos 5.92m, confirmando o terceiro lugar.

Christopher Nielsen e Armand Duplantis ainda seguiram na disputa. O estadunidense, no entanto, não passou dos 6.02m, enquanto o sueco passou com muita tranquilidade, confirmando o favoritismo de atual recordista mundial e levando a medalha de ouro.

Darlan Romani vai à final

Por apenas 10 centímetros, Darlan Romani não conseguiu a classificação para a final no primeiro arremesso. Ele lançou 21.00m e foi o melhor na primeira rodada de arremesso de peso dentre os 16 atletas que competiram. No segundo arremesso, Darlan foi o único que conseguiu superar o índice de 21.20m, garantindo a vaga na final com a marca de 21.31m.

Darlan Romani
Darlan Romani está na final do arremesso de peso (Gáspar Nóbrega/COB)

Na terceira rodada de tentativas, apenas o egípcio Amr Hassan bateu o índice de 21,20m, fazendo 21,23, marca menor do que a de Darlan. No final, o neozelandês Tom Walsh arremessou para 21.49, garantindo a classificação e a primeira colocação do grupo, a frente do brasileiro. A final será disputada nesta quarta-feira (4), às 23h05 (de Brasília).

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A classificação, inclusive, foi um presente para sua esposa, Sara Romani, que faz aniversário nesta terça-feira. “É uma data especial para ela, para a gente. Fico muito feliz por ela estar do meu lado. Só ela sabe o que a gente passou para estar aqui. Minha prova foi boa. Podia ter passado no primeiro arremesso, mas vacilei um pouquinho. Mas está bom, acontece e é bom para a gente voltar mais concetrado. No segundo arremesso já vim mais tranquilo e senti que conseguia fazer o índice para passar direto. Agora é se concentrar para a final”.

Brasil na semifinal

Nos 110m com barreiras, foram realizadas cinco baterias totais com os quatro primeiros colocados de cada avançando entre os 24 semifinalistas. Gabriel Constantino correu logo na primeira, e terminou em quinto com um tempo de 13s55. Teve de esperar a conclusão das outras quatro para ter a certeza da classificação para a semifinal com um dos melhores tempos dentre os que não avançaram diretamente, terminando em 21º.

“Estou feliz por ser o primeiro a passar por tempo até o momento. Mas eu estou mais feliz de ter entrado na pista e realizado a prova. Vim de um estiramento muscular. Toda a equipe médica se mobilizou para que eu voltasse o mais rápido à pista. E até ontem eu não sabia se ia participar ou não. Mas me falaram: ‘cara, é uma oportunidade única que só acontece de 4 em 4 anos. Vai ser feliz’. Eu estou sendo feliz hoje, só isso!”.

Gabriel Constantino - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 - Thiago Braz - Darlan Romani
Gabriel Constantino passou para semifinal por tempo (Gáspar Nóbrega/COB)

Na quarta bateria, Rafael Pereira fez 13s46 e passou direto para as semifinais em quarto lugar em sua primeira Olímpiada, terminando com o 13º melhor tempo. Eduardo de Deus correu na sequência, mas ficou apenas na oitava colocação com 13s78, sendo eliminado dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

“Eu precisava fazer uma prova agressiva, porque tinham atletas com tempo mais forte e temporada mais forte que a minha. Gostei do tempo, foi um bom começo. Só que eu preciso acertar alguns detalhes para a semifinal. Tem que ser uma corrida agressiva e técnica. Mas é uma felicidade que eu não sei descrever nesse momento. É tudo novo, então estou feliz de tirar essa energia de principiante e agora já fiz minha estreia olímpica e posso encarar meus adversários de igual para igual”, celebrou Rafael.

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