A Maratona de Valência, na Espanha, é a grande oportunidade de Ederson Pereira, Adriana Aparecida da Silva, Valdilene dos Santos Silva e Andreia Hessel tentar os índices olímpicos exigidos pela World Athletics para os Jogos Olímpicos de Tóquio. As três mulheres brasileiras que participam da prova de 42.195 no domingo fazem parte do Time Ajinomoto.
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Os quatro atletas, acompanhados pelo treinador Claudio Roberto de Castilho, buscam superar as marcas de 2h11min30 no masculino e 2h29min30 no feminino. Até agora, dois atletas estão qualificados, ambos no masculino: Paulo Roberto de Almeida Paula e Daniel Chaves. O Brasil pode ter até três representantes em cada categoria.
“Nossa perspectiva é boa. As meninas voltaram no fim de semana da Colômbia, onde fizeram preparação em altitude. Vamos seguir protocolos semelhantes aos do Mundial de Meia Maratona da Polônia, realizado em outubro”, comentou Claudio Castilho, complementando dizendo que o foco nestes últimos dias tem sido a recuperação física.
Treinando no alto
Adriana Aparecida da Silva, Andreia Hessel e Valdilene Santos treinaram na Colômbia por mais de um mês. Adriana, bicampeã pan-americana, e Andreia se prepararam em Sopó, localizada a 2.650 metros acima do nível do mar. Valdilene treinou em Paipa, cidade bem conhecida dos fundistas brasileiros, a 2.502 m.
“Tive a companhia da Adriana e foi um ótimo camping na altitude”, disse Andreia. “É um local novo, onde deu para explorar diversos percursos. Deu tudo certo”, comentou a atleta sobre Sopó. Valdilene treinou sozinha em Paipa, mas voltou ao Brasil satisfeita. “Estou bem preparada, fiz um ótimo camping e esperando uma boa competição em Valência”, disse.
Já Ederson Pereira, medalha de ouro nos 10.000 m dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, manteve a preparação na própria cidade, Caçapava, no Vale do Paraíba, em São Paulo. “Estou otimista para minha estreia na maratona. Os treinos realizados foram muito bem feitos e agora é só esperar a competição”, comentou.
Andreia, Valdilene e Ederson disputaram o Mundial de Meia Maratona em Gdynia, na Polônia, no dia 17 de outubro. Andreia completou na 76ª colocação, registrando a melhor marca de sua carreira na distância (1h14min41). Valdilene teve uma crise de hipotermia por causa do frio e cruzou a linha de chegada em 94º. Já Ederson Pereira completou o percurso na 90ª colocação.
O evento
A Maratona de Valência terá participação de cerca de 300 atletas, todos de elite, por causa das restrições causadas pela pandemia. Existe uma competição virtual para os amadores. Os corredores da prova de 42,195 km farão duas voltas num circuito de pouco mais de 21 km, também em função da segurança sanitária, para ter maior controle de público.
A largada e chegada serão em frente da Cidade das Artes e Ciências de Valência. A maratona terá início às 8h30 locais e a meia maratona às 8h. Estão inscritos atletas de 43 países, incluindo a categoria paraolímpica, que também busca índice.
Entre os destaques na maratona estão os etíopes Birhanu Legese (2h02min48) e Kinde Atanaw (2h03min51), campeão do ano passado e recordista do percurso valenciano. Está confirmado também o queniano Lawrence Cherono, vencedor das maratonas de Boston e Chicago (2h04min06), além do campeão mundial Lelisa Desisa, da Etiópia (2h04min45).
Entre as mulheres, a lista de candidatas à vitória tem as etíopes Ruti Aga (2h18min34), Birhane Dibaba (2h18min35), Zeineba Yimer (2h19min28), Tigist Girma (2h19min52) e Mare Dibaba (2h19min52).
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Todos os participantes – atletas, treinadores e dirigentes – ficarão isolados em dois hotéis-bolha, que os organizadores reservaram para o evento.