O atletismo e o esporte olímpico brasileiro comemoram neste sábado (29) um dos momentos mais relevantes de suas histórias. Há exatos 16 anos, Vanderlei Cordeiro de Lima conquistou a medalha de bronze na maratona nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, na Grécia. O brasileiro liderava a prova quando sofreu uma interferência externa de um manifestante. Mesmo assim, o atleta persistiu e subiu ao pódio.
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Vanderlei passou a integrar um grupo de heróis olímpicos devido às particularidades que teve que superar em Atenas-2004. Ele foi vítima de um ex-padre irlandês que, de surpresa, surgiu do espaço destinado aos espectadores e adentrou o local da prova, agarrou e empurrou o brasileiro para fora do trajeto. O atleta conseguiu voltar ao percurso por causa da ajuda do grego Polyvios Kossivas que também assistia a maratona.
Além do pódio, Vanderlei foi premiado também com uma das maiores honrarias do esporte olímpico. O brasileiro recebeu a medalha Pierre de Coubertain, a maior condecoração de cunho humanitário-esportivo concedida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Mais adiante, foi escolhido como personagem principal na abertura dos Jogos Olímpicos Rio-2016. Coube a ele acender a pira olímpica no estádio do Maracanã.
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“É muita luta e dedicação. É superar as barreiras que a gente encontra ao longo do caminho e sempre acreditar que é possível. Minha história resume bem aquele dia feliz que tive em Atenas, em 2004, na conquista da minha medalha. O que passei na minha preparação e no dia da prova demonstram tudo – é uma história de muita persistência, de coisas que superei não só no dia da medalha, mas em toda a minha vida”, afirmou Vanderlei.
Exemplo de persistência
Natural de Cruzeiro D’Oeste, no Paraná, Vanderlei Cordeiro de Lima fez 51 anos no dia 11 de agosto de 2020. O feito em 2004 se tornou ainda mais inesquecível por ter sido na Grécia, justamente o país em que a maratona nasceu sob a inspiração da corrida do soldado Feidípedes, no século V a.C., para anunciar a vitória dos gregos sobre os persas.
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Apesar do empecilho, o brasileiro não desistiu e cruzou a linha de chegada no Estádio Panatinaiko (o mesmo da primeira Olimpíada da Era Moderna, em 1896), em 2h12min11s. O italiano Stefano Baldini conquistou a medalha de ouro (2h10min55s) e o americano Meb Keflezighi ficou com a prata (2h11min29s).
Vanderlei considera que o fato de ter sido premiado com a medalha Pierre de Coubertain foi consequência de sua “motivação e superação” para enfrentar e superar a dificuldade. Porém, o brasileiro classificou como “a maior glória” de sua carreira e vida ter sido o escolhido para acender a pira olímpica na abertura da Olimpíada disputada no Rio de Janeiro, em 2016.
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“O bronze de Atenas recompensou um atleta de carreira exemplar, seu treinador e equipe. A Pierre de Coubertain recompensou o homem pela lição de perdão dada ao mundo e a oportunidade de acender a Pira Olímpica no Rio 2016 recompensou sua medalha de ouro arrancada em 2004”, resumiu Ricardo D’Angelo, treinador do brasileiro durante a carreira.