Jadel Gregório, aquele mesmo que chegou cheio de marra em Pequim, dispensou o período de aclimatação em Macau ao lado dos demais integrantes da equipe de atletismo para poder desfilar na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, deixou aos prantos a pista do Ninho do Pássaro na última quarta-feira.
Atônito, ele não conseguia encontrar explicações para o fato de um atleta que já saltou 17m90 só chegar, com muito custo diga-se de passagem, a 17m20. “Não sei o que aconteceu, trabalhei o ano inteiro, não sei o que deu errado”, balbuciou Jadel, desta vez sem marra.
Talvez a explicação esteja na vitória de hoje de Maurren Maggi. No início de seu carreira, Jadel também foi orientado pelo técnico Nélio Moura, que deixa Pequim com o orgulho de ter preparado dois campeões olímpicos: além da própria Maurren, o panamenho Irving Saladino, ouro no salto em distância.
Só que Jadel brigou com Nélio. Como também brigou com o inglês Peter Stanley (que treinou o inglês Jonathan Edwards, atual campeão olímpico) e Pedro Henrique de Toledo, ex-treinador de João do Pulo, largado sozinho em um hotel meia-lua de Pequim. No final, o brigão Jadel estava sozinho.
Isso explica porque Jadel ficou em sexto e Maurren Maggi levou a medalha de ouro.
Foto: Nélio Moura (à dir.), ao lado de Maurren Maggi
Crédito: Divulgação/CBAt