Micaela Rosa tem planos ambiciosos, apesar de todos os problemas enfrentados pela pandemia da Covid-19. Em seu primeiro ano oficial na categoria adulta, ele pretende correr os 100 m com barreiras em menos de 13 segundos, tornando-se, assim, a quarta brasileira a conseguir este feito na história.
Até hoje, apenas a recordista sul-americana Maurren Maggi, Fabiana dos Santos Moraes e Maila de Paula Machado alcançaram a proeza no País. Na América do Sul, incluindo as brasileiras, só sete atletas correram abaixo dos 13s00.
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“Não tenho objetivos fixados em ganhar nenhuma competição específica. A minha luta sempre foi comigo mesma. Meu recorde pessoal é de 13s23 e quero fazer a prova, ainda este ano (2020), em menos dos 13 segundos. Quero sempre conseguir o meu melhor”.
Para a atleta, que detém os recordes brasileiros das categorias sub-16 nos 80 m com barreiras, e dos 100 m com barreiras no sub-18, e do sub-20, o objetivo é possível. Afinal, ela terminou a temporada 2019 na liderança dos rankings brasileiros adulto e sub-20, além de ter conquistado a medalha de prata em confronto com as atletas mais experientes do país no Troféu Brasil de Atletismo. “Minha evolução tem sido constante”, comentou a corredora.
Nesta quarentena, Micaela Rosa passou apertado nas primeiras semanas, depois que a pandemia foi declarada em março. “Foi bem difícil. Tive de adaptar os treinos em casa, mas não tinha pesos e outros equipamentos. O máximo que fazia era correr na minha rua”, lembrou. “Agora, estou treinando numa pista improvisada, de 200 metros, de terra, pedrinhas e carvão. Estou novamente na base para as competições do ano.”
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A atleta torce para que a situação da pandemia melhore logo para voltar à rotina dos treinamentos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.
Atletismo vem de família
Filha de Elis Regina Rosa, atleta dos 400 m e 800 m na década de 1980, Micaela Rosa convive com os pódios e tem presença constante em competições internacionais. A campeã brasileira sub-20 de 2019 conquistou medalha de bronze no Sul-Americano de Cali, na Colômbia, e no Campeonato Pan-Americano de San José, na Costa Rica.
Ela fez parte das delegações brasileiras que foram ao Mundial Sub-18 de Nairóbi, no Quênia, em 2017, e terminou em sétimo lugar, e ao Mundial Sub-20 de Tampere, na Finlândia, em 2018, onde parou nas semifinais.
Na carreira, percorre caminhos sólidos desde o início das competições nacionais, com títulos no sub-16, sub-18 e sub-20, além de vitórias nos Jogos Escolares da Juventude. Este ano pode continuar o ciclo e vencer o Troféu Brasil, marcado para dezembro.
Palavra do técnico
Já o técnico Thiago Mendes Olivo é cauteloso para a temporada. “Neste ano qualquer coisa é lucro. Nem as competições estão garantidas por causa da pandemia. Mas tenho certeza de que a Micaela tem tudo para correr os 100 m com barreiras abaixo dos 13 segundos, talvez não este ano, mas nos próximos. Ela tem muito potencial a ser explorado”.
Thiago diz que Micaela Rosa responde bem as cobranças. “Ela tem talento, mostra dedicação aos treinos e suporta o nosso sistema de cobrança, que considero fundamental para a evolução”, disse. “Ela foi indicada para o nosso projeto social por sua mãe, a Elis Regina. A Micaela fazia triatlo. Não era boa na natação nem no ciclismo, mas se dava bem na corrida e acabou mudando para o atletismo”.